Panfleto lançado na assembleia de 13 de outubro de 2010
ESTE PANFLETO NÃO É IGUAL AOS OUTROS!
Não perdemos tempo dizendo que a proposta da FENABAN é ruim, que as condições de trabalho nos bancos estão péssimas, que o bancário não agüenta mais, que a greve é a única saída, etc. O bancário já está cansado de saber, justamente por isso estamos todos em greve. O que os bancários querem saber é:
COMO MELHOR ORGANIZAR A GREVE?
A diretoria do sindicato parece estar sem idéias, por isso segue nossa colaboração para ajudar a organizar a greve, nosso...
MANUAL DE COMO ORGANIZAR A ASSEMBLÉIA:
1º) ASSEMBLÉIAS ÀS 16:00 HORAS! Assim quem não está fazendo a greve não vem votar contra a greve.
2º) ASSEMBLÉIA UNIFICADA PARA VOTAR O ÍNDICE! ACEITO OU NÃO O ÍNDICE, A GREVE CONTINUA!
3º) ASSEMBLÉIAS SEPARADAS PARA VOTAR AS CLÁUSULAS ESPECÍFICAS POR BANCO!
4º) NÃO AO DESCONTO DE DIAS PARADOS, NÃO À COMPENSAÇÃO DE HORAS!
A greve só pode terminar quando for garantido o não desconto dos dias parados e a não compensação das horas de greve. Quem lutou por todos não merece ser punido!
5º) QUE SEJAM ELEITOS REPRESENTANTES DE BASE PARA A MESA DE NEGOCIAÇÃO!
OUTRO SINDICATO É POSSÍVEL!
OUTRA GREVE É NECESSÁRIA!
O DEBATE NÃO É APENAS “GREVE” OU “NÃO GREVE”, MAS: QUAL A GREVE QUE PRECISAMOS?
Nós do coletivo Bancários de Base estamos apresentando essas e outras propostas desde que a greve começou. Entretanto, a diretoria do sindicato não levou nenhuma delas em consideração. Por ser controlada por um partido político, a diretoria está mais preocupada com as eleições dos seus candidatos do que com a organização da campanha. E para impedir que os bancários se organizem para conduzir a campanha, a diretoria estabeleceu a DITADURA DO MICROFONE nas assembléias.
A diretoria do sindicato fala durante horas e os bancários comparecem apenas para levantar o crachá, como se fossem apenas figurantes. Mas a greve não é da diretoria do sindicato, é dos trabalhadores! A campanha salarial é uma das poucas oportunidades em que os bancários têm a chance de debater e refletir. É preciso que seja garantido o direito de que os bancários possam se inscrever para falar em todas as assembléias e apresentar propostas. E não pode ser a diretoria do sindicato que decide se concorda ou não.
TODAS AS PROPOSTAS TEM QUE SER COLOCADAS EM VOTAÇÃO, COM DIREITO A DEFESA CONTRA E A FAVOR!
- Porque a PLR não é linear. Ademais, a proposta é menor do que a última recebida pelo funcionalismo. Se a última PLR fosse linear, cada bancário receberia mais de R$ 8000,00;
- Não contempla reposição de perdas salariais do período de FHC, permanecendo assim a "herança maldita" do congelamento salarial de 9 anos;
-Porque não comtempla a isonomia, o retorno do anuênio e os interstícios de 12 e 16%;
-Porque não se deve punir o exercício de um direito como a greve;
-Porque não prevê o retorno do pagamento das substituições;
-Porque nada fala sobre o respeito da jornada de 6 horas para todos os bancários;
-Porque a nova proposta de PCCS (PCR) será discutida nas mesas de "enrolação" permanente, podendo virar um "mico" como o plano odontológico (do Bradesco) e a comissão de ética (quatro representantes do banco e um eleito no fucionalismo)
A LUTA CONTINUA! SÓ A LUTA MUDA A VIDA!
A ditadura do microfone, as assembléias lotadas de gerentes e fura-greves, os acordos que aceitam punição aos grevistas com desconto ou compensação de horas, e aceitam índices rebaixados, as questões específicas que se arrastam em mesas de “enrolação permanente”; tudo isso não são acidentes ou enganos. São opções conscientes de uma diretoria que não tem a menor preocupação em organizar os trabalhadores para lutar.
É por isso que, ano a ano, as assembléias, tem menos participação. Menos bancários se dispõem a ser meros espectadores, não querem se sentir massa de manobra para os discursos desses “representantes”.
Entretanto, não podemos deixar de participar! Não podemos deixar de nos organizar! Temos um inimigo muito poderoso, e os bancos, o governo (que é patrão dos bancos públicos) e seus colaboradores na diretoria do sindicato querem exatamente isso, que as pessoas se afastem e não participem da luta. Podemos vencer todos esses obstáculos com ação e organização coletiva!
COMO ORGANIZAR A CAMPANHA SALARIAL
A preparação de uma campanha salarial deve começar assim que a campanha anterior termina. Para evitar que todos os problemas que tivemos na greve deste ano e nos anteriores continuem se repetindo no ano que vem, temos que discutir desde já outras formas de organizar a campanha salarial. Convidamos todos os trabalhadores a seguir discutindo propostas de como organizar a campanha do ano que vem. Operação padrão? Venda zero? Carta ao cliente? Parar o auto-atendimento, a tecnologia, a compensação? Comandos de greve independentes do sindicato? Tudo pode ser, desde que estejamos organizados, preparados ao longo do ano.
VENHA SE REUNIR CONOSCO! AQUI VOCÊ PODE FALAR!
O coletivo Bancários de Base não é controlado por nenhum partido político, é composto por trabalhadores bancários com diversas linhas de pensamento, que estão no dia a dia das agências e locais de trabalho. Nos reunimos periodicamente, antes, durante e depois das greves, para buscar formas de lutar por melhorias nas nossas condições de trabalho. Chamamos os bancários que concordam com as idéias deste panfleto, ou que querem apresentar outras idéias e sugestões, a se reunir conosco para discutir maneiras de colocar essas propostas em prática.
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