A GREVE QUE PRECISAMOS!
Os bancos continuam tendo lucros bilionários, que aumentam ano a ano. Enquanto isso, nossos salários são achatados pela inflação, nossos benefícios e direitos são retirados, as condições de trabalho pioram cada vez mais, aumentam o volume de serviço, as metas, o assédio moral, as ameaças, demissões, o adoecimento, as lesões, o stress... A saída para isso É GREVE! Só pela luta coletiva podemos recompor nossos salários, recuperar nossos direitos e melhorar as condições de trabalho!
Nós do coletivo Bancários de Base participamos da Frente Nacional de Oposição Bancária e defendemos a pauta alternativa. Reivindicamos:
- 26% de reajuste já! - valor equivalente às perdas nos bancos privados;
- Por um plano de reposição das perdas! - 86,6% no BB e 98,6% na CEF;
- Piso salarial do Dieese – R$ 2278,00 em agosto;
- Garantia de emprego aos bancários, especialmente nos bancos privados! Assinatura da convenção 158 da OIT! Delegados Sindicais em todos os Bancos!
- Isonomia já! Plano de Carreira discutido com a categoria para todos, sem redução de direitos, contra as mesas de enrolação permanente e ações parlamentares sempre engavetadas.
- Jornada de 6 horas para todos sem redução de salário!
- Mais contratações e mais trabalhadores nas agências!
- Fim da terceirização e dos correspondentes bancários!
- Contra o assédio moral e sexual e qualquer forma de opressão nos locais de trabalho!
- Fim das metas! Bancário não é vendedor! Somos prestadores de serviços e precisamos de melhores condições de trabalho!
- Paridade entre ativos e aposentados (direitos e benefícios iguais)!
- PLR linear de 25% dos lucros!
PARA TERMOS UMA GREVE DE VERDADE!
QUE OS BANCÁRIOS POSSAM FALAR NAS ASSEMBLÉIAS! ASSEMBLÉIAS TODOS OS DIAS ÀS 15:00 ATÉ O FIM DA GREVE, para barrar gerentes e fura-greves! COMANDO DE GREVE ABERTO TODOS OS DIAS ÀS 14:00! REPRESENTANTE NA MESA DE NEGOCIAÇAO ELEITO EM ASSEMBLEIA!
ASSEMBLÉIA UNIFICADA PARA DISCUTIR O QUE É COMUM, E SEPARADA APENAS PARA VOTAR QUESTÕES ESPECÍFICAS! Nas assembléias em que houver proposta, SEPARAR AS VOTAÇÕES: 1ª) VOTAÇÃO EM ASSEMBLÉIA UNIFICADA: aceitar ou não o índice da Fenaban e a regra da PLR, comum à toda categoria; 2ª VOTAÇÃO EM ASSEMBLÉIAS ESPECÍFICAS: encerrar a greve ou continuar, pois definido o índice, os bancários podem continuar a greve pelas questões específicas de cada banco.
Somos contra as greves de fachada que tivemos nos últimos anos, em que a diretoria do sindicato coloca uma faixa na frente das agências e os bancários ficam lá dentro trabalhando e batendo metas. Estamos cansados do teatro em que a diretoria finge que pressiona os banqueiros e vem defender uma proposta rebaixada para encerrar a campanha. Infelizmente, a diretoria do nosso sindicato não constrói uma organização real para a greve e nossas lutas, pois está mais preocupada em defender os interesses do seu partido, o PT, que está no governo federal, é patrão dos bancos públicos e aliado dos banqueiros. A prioridade do governo é ajudar os empresários e evitar que haja lutas dos trabalhadores, e a CUT e demais centrais governistas estão cumprindo esse papel, em várias categorias. Nesse momento precisamos resgatar o princípio da solidariedade de classe, com ações conjuntas com outras categorias em campanha, como correios, judiciário, servidores das universidades, professores, metalúrgicos, petroleiros, químicos, etc.
Mesmo que a diretoria do sindicato esteja do lado do patrão e do governo, a greve é necessária. A greve é dos bancários, não é da diretoria! Precisamos de uma greve de verdade, que afete o lucro dos bancos. Mas para isso, precisamos de organização e democracia. Precisamos lutar para que os bancários tenham o controle do movimento!
POR UM PROJETO PARA OS BANCOS! Nas nossas campanhas salariais, nós trabalhadores não podemos nos limitar a reivindicar uma parte dos lucros. Queremos a nossa parte, mas precisamos discutir mais do que isso. Precisamos discutir o papel dos bancos na sociedade e apresentar um projeto de banco dos trabalhadores.
Os lucros bilionários são conseguidos de várias formas: especulação com títulos da dívida pública, juros abusivos cobrados dos clientes, tarifas extorsivas sobre os serviços, venda casada de “produtos”, e é claro, a superexploração dos bancários (que se estende também para outros trabalhadores, por meio da terceirização, dos correspondentes bancários, etc.).
Os bancos exploram duplamente a sociedade: de um lado, os impostos e taxas cobrados dos trabalhadores pelo governo são desviados para o pagamento dos juros da dívida pública, que são altíssimos e beneficiam os especuladores; e inclusive os lucros bilionários dos bancos públicos são usados pelo Tesouro Nacional também para esse fim. De outro lado, os bancos públicos (BB, CEF, BNB, BASA, BNDES) têm tido como prioridade financiar as grandes empresas, com empréstimos a juros baixíssimos, inclusive para transnacionais.
Na ótica dos trabalhadores, as instituições financeiras deveriam ter outro papel, o de ajudar o desenvolvimento do país, oferecendo crédito barato aos trabalhadores, acesso aos serviços de intermediação financeira, com atendimento de qualidade e sem discriminação e segmentação. Essa é uma forma de trazer o restante da população para o lado dos bancários! Precisamos lançar uma campanha em defesa dos bancos públicos e resgatar o debate sobre a estatização do sistema financeiro.
Discutir e lutar por um outro projeto para os bancos é fundamental para melhorarmos as nossas próprias condições de trabalho no dia a dia. Quando nos limitamos a reivindicar uma parte dos lucros dos bancos, aceitamos a forma como esse lucro é construído, ou seja, especulação, juros abusivos, tarifas extorsivas, venda casada, superexploração. Com isso, aceitamos o discurso dos banqueiros de que quanto maior o lucro, maior será o nosso salário. E acabamos aceitando as cobranças, as metas, o assédio moral, o cotidiano insuportável nos locais de trabalho!
Nossa remuneração tem que ser desvinculada do lucro dos bancos! Só assim podemos ter melhores condições de trabalho.
BANCÁRIO NÃO É MÁQUINA E NÃO É VENDEDOR! Não somos vendedores, somos prestadores de serviços! O assédio moral e as péssimas condições de trabalho são resultado da concepção que nos trata como vendedores. Para discutir essas e outras questões, elaboramos a cartilha "Bancário não é vendedor", que está sendo distribuída GRATUITAMENTE numa parceria com o Sindicato dos Bancários do RN. Peça já o seu exemplar e discuta com seus colegas! Escreva para bancariosdebase@yahoo.com.
CONTINUEMOS ORGANIZADOS! Para termos alguma força nas campanha salariais, é importante que sigamos discutindo e nos organizando o ano inteiro, não apenas em setembro. Se você concorda com essas idéias, ou deseja apresentar outras críticas e sugestões, entre em contato com o Coletivo Bancários de Base! Somos um grupo de trabalhadores que faz oposição à diretoria e não é controlado por nenhum partido. Nos reunimos quinzenalmente para discutir nosso dia a dia e pensar maneiras de lutar por melhorias. Visite nosso blog (www.bancariosdebase.blogspot.com) ou escreva para (bancariosdebase@yahoo.com.br). Sua participação é fundamental para que todos juntos possamos avançar!
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