segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Responsabilidade social, bancos, marketing corporativo. Propaganda enganosa


Texto de 2009

Quer gostemos ou não, as mudanças climáticas, os desastres ecológicos, a escassez de água e todas as conseqüências decorrentes da irresponsabilidade de indivíduos, empresas e governos, já de algum tempo, fazem parte do nosso cotidiano. Todos pagaremos ainda que o usufruto maior da insanidade consumista seja sempre privilégio da parcela menor da Sociedade Mundial. A sobrevivência das futuras gerações é duvidosa. A busca da alternativa que é possibilidade remota, passa por uma mudança radical na cultura do consumismo descontrolado. Ainda que tardiamente, indivíduos e setores importantes da Sociedade Civil passaram a questionar a inoperância do Estado, a inconseqüência das empresas e o descuido das pessoas. Isto trouxe à tona a premência do debate, a urgência das ações. E também gurus oportunistas e suas teorias calcadas em stakeholders (partes envolvidas), Filantropia, Ética, Legalidade e Compromisso com pequenos acionistas. Em tese, ok. O problema é a prática. A questão está no desequilíbrio de conceito/interpretações diferentes para a mesma palavra: Sustentabilidade. Para a sociedade civil a vida no planeta deve estar em equilíbrio social/ecológico para que possa haver sustentabilidade. Para empresas e corporações, a vida econômico/financeira, a qualquer preço, deve estar em equilíbrio e gerando quanto mais dividendos melhor, a sustentabilidade. Recursos são finitos, exaurem rapidamente e a sobrevivência do Sistema, que determina acumulação/concentração é incompatível com Responsabilidade Social. Em cena o Marketing Corporativo, aliado inseparável da propaganda enganosa. E os bancos, cuja imagem é vital para os negócios, usam e abusam desta “ferramenta de gestão”. Além de concentração de renda, cobrança de juros escorchantes, tarifas altíssimas, más condições de atendimento à maioria da população , péssimas condições de trabalho, os bancos são sócios de peso na indústria geradora de males ambientais como combustíveis fósseis e mineradoras. Atuam na agroindústria e desmatamento, contribuindo para a desertificação/poluição. Um quer ser o banco do planeta, outro o da sustentabilidade. Um terceiro diz que o foco é ser socialmente responsável. O que eles não tornam público é que além do citado, a maior parte da sua benemerência é bancada com impostos não recolhidos e incentivos fiscais dados. Utilizam de meios “espertos” como papel reciclado para emitir seus boletos, eles, os grandes responsáveis/beneficiados da extinção das matas. Uma grande farsa. A raposa e o galinheiro. Absurdamente e sem uma resposta à altura de tal enganação.
Para saber mais, sugerimos: “The Corporation” - documentário e livro (Achbar, Abbott e Bakan); “Ponto de Mutação” - documentário (Bernt Capra); “O Relatório Lugano” - livro (Susan George) e “Quanto Vale ou é por Quilo?” - vídeo (Sérgio Blanchi).

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