segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Balanço da Campanha Salarial 2009


A campanha salarial de 2009 começou e terminou como as anteriores. As direções sindicais da CUT e seus aliados atentaram mais uma vez contra a organização de base da categoria a mando do governo e dos patrões. Aprovaram um acordo rebaixado como vitória, onde o principal item de reivindicação não é mais o reajuste salarial, ou/e condições de trabalho dignas, mas a remuneração variável como a PLR. Por outro lado, os setores que se proclamam oficialmente de oposição não se credenciam junto à categoria como alternativa, na medida em que não se mostram capazes de impulsionar mudanças de qualidade. (Importante ressaltar a existência de propostas/projetos alternativos, que embora embrionários, com limitações e debilidades buscam esta mudança qualitativa, possível e necessária). Voltando à Campanha, assim como nos anos anteriores o sindicalismo governista foi omisso/conivente com a vergonhosa e imoral imposição dos bancos na convocação de prepostos para garantir o final da campanha e aprovar uma proposta rebaixada que não nos contempla. Lutamos por licença-prêmio, anuênio, reposição de perdas salariais, plano de saúde compatível com a dignidade, estabilidade para os bancários do setor privado, manutenção dos bancos públicos, melhores condições de trabalho, criminalização e fim do assédio moral, PCS, delegados sindicais na NOSSA CAIXA e Bancos privados, pela conquista das reivindicações específicas de cada banco (público ou privado), etc. Precisamos de um casaco novo para enfrentarmos o rigoroso inverno e nossos representantes vergonhosamente dividiram a categoria, defendendo que aceitássemos mais um remendo no velho e surrado casaco. Se é verdade que o “modus operandi” dos dirigente sindicais da CONTRAF-CUT não mudou, a categoria a seu modo, tentou resolver o problema aderindo maciçamente à greve deste ano, construindo a maior paralisação desde 2004. Por outro lado, os bancários não compareceram aos piquetes e nem às assembléias pela total falta de confiança nas direções governistas da CUT. Este comportamento de boa parte da categoria expressa que o bancário que não fez a greve no ano passado optou por parar neste ano; mas, ao mesmo tempo, não queria participar do teatro que se tornou a campanha salarial dos bancários. Todavia os trabalhadores queriam dar um basta nas condições de trabalho que nos sufocam no dia-dia, condenando diversos colegas ao adoecimento, depressão, ou até suicídio; por exemplo. Importante salientar que a cada três dias, um(a) bancário(a) se suicida e isto são números oficiais.
SE O PROBLEMA SÃO ELES, A SOLUÇÃO SOMOS NÓS.
Para que tenhamos campanhas salariais vitoriosas daqui para frente é necessário que a categoria se auto-organize. As saídas individuais para problemas coletivos são insuficientes, quando não, inadequadas. Os bancários devem tirar o controle da campanha dos dirigentes sindicais “chapa branca” e inofensivos ao patrão como os de São Paulo Osasco e Região. Já está mais do que provado que esta diretoria na prática não fala e não age centrada em nossos problemas. Nesse sentido entendemos que a discussão por salário, saúde, condições de trabalho, isonomia, reposição de perdas, estabilidade, etc... deve estar no cotidiano do bancário e não somente quando os dirigentes da CUT quiserem. Em 2010 haverá eleições, Copa do Mundo, eventos que o governo, os patrões e seus parceiros se utilizarão no sentido de entorpecer os trabalhadores para nos impor mais derrotas travestidas de “vitórias”. Na verdade, 2010 pra eles significa participar da farsa eleitoral político- partidária, E seu projeto nada tem a ver com os interesses dos bancári@s. De preferência mantendo o mesmo grupo encastelado nas estruturas do poder, não descartando as candidaturas de dirigentes sindicais sem compromisso real com a classe(só discurso). E que não têm o menor escrúpulo em se utilizar indevidamente das entidades dos trabalhadores seja fazendo campanha eleitoral para Dilma do PT, Serra do PSDB ou qualquer outra.Diante do quadro que se desenha para 2010, chamamos todos os bancários para discutir, desde agora, a nossa campanha salarial, sem estarmos atrelados aos interesses partidários, governamentais e patronais. Vamos discutir o que nos é caro, de forma democrática tendo como objetivo os interesses dos bancários. Também precisamos desenvolver novas maneiras de fazer a greve. Comprometer de fato a lucratividade dos bancos e vermos atendidas as nossas reivindicações. E não aceitar que “dirigentes” façam “acordos” com gestores sobre contingenciamento. Greve que não causa perdas ao patrão, não tem razão de ser. Se os problemas são os nossos dirigentes sindicais na condução da nossa campanha, a solução somos nós bancários, por meio de nossa própria organização e disposição de luta. Continuar “passando procuração” para esta diretoria do sindicato é continuarmos com a lógica da traição dos últimos anos. Vamos mudar esta história em 2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário