segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Editorial do 2º jornal de 2010


A famigerada crise financeira mundial é assunto do dia nos diversos meios de comunicação e setores da sociedade. O discurso hegemônico orienta-se pela busca de soluções para “salvar” a sociedade dos efeitos econômicos gerados pela crise, mas a raiz do problema não é colocada em questão. Sabemos que a palavra dominante é arma ideológica historicamente utilizada para a manutenção do privilégio de poucos às custas da exploração de muitos. Esta arma está mais uma vez sendo disparada contra aqueles que podem empreender alguma mudança, persuadindo-os pelo medo do desemprego, da miséria e do caos econômico a permanecerem passivos enquanto se tenta salvar o moribundo sistema capitalista. A exploração da mão de obra do trabalhador, a alienação proveniente da rotina de trabalho, a miséria, a fome, as injustiças sociais são, desde longa data, sintomas que afligem o ser humano e nem por isso o diagnóstico de crise foi deflagrado anteriormente. As mudanças climáticas, suas causas e conseqüências, provam que o planeta também foi atingido pela ganância desmedida do capital. Se o capitalismo há muito revela seu poder avassalador de destruição da vida humana, é necessário que ele padeça de seu próprio mal para o surgimento de uma sociedade humanista, socialista, libertária e plural (abrangendo etnia, gênero e minorias) enfim, uma sociedade verdadeiramente sustentável.Diante desta conjuntura o empenho de cada um de nós se faz necessário para engendrar uma mudança de paradigma. Se nós, Bancários de Base, partimos dos problemas vivenciados em nosso cotidiano de trabalhadores de banco (principal vetor do capitalismo) é que nele todos os elementos da opressão econômica e ideológica se repetem e repercutem em nossas vidas.Nós Bancári@s de Base junto com todos os trabalhadores, verdadeiros protagonistas da história, buscamos resgatar a palavra que nos foi roubada pelos "donos da voz". A Voz do Bancário desmascara o banqueiro que usa como desculpa a crise para demitir e manter seus lucros estratosféricos. O debate sobre a necessidade da estatização do sistema financeiro sob o controle dos trabalhadores é posto em pauta em face à crise econômica da atual conjuntura, como alternativa à farsa dos banqueiros e financistas. A falsa atuação da Caixa Econômica Federal como banco público e a implicação de grupos que a dominam (CAIXA SEGUROS; CONSÓRCIO; CAPITALIZAÇÃO) é denunciado mesmo à revelia dos interesses de grupos, a saber; a FENAE, Sindicatos e Associações (não todos) e o alto escalão de executivos da CEF e do grupo Caixa Seguros. E não só a Caixa, mas os outros Bancos Públicos, em particular o BB. E os Bradescos e Itaús da vida também são engodos da responsabilidade e compromissos sociais. A Reflexão sobre nosso cotidiano de trabalhadores bancários vítimas de assédio moral e super-exploração de trabalho e o decorrente comprometimento da nossa saúde física e mental, tal como a perda progressiva de direitos, a duras penas conquistados vem à tona, prestes a explodir nossa revolta contida.Como resposta, em alto e bom tom, nos dedicamos entre outras coisas, à escrita destas linhas que dizem um pouco de nós... O empenho, a união, o debate crítico são, na nossa compreensão, a diretriz necessária para reacender o movimento dos bancários. Contamos com a sua participação.

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