segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Caixa Econômica Federal, considerações e perspectivas


Texto de 2009


Encerrado 2009, o que percebemos é que o conjunto da categoria e o funcionalismo da CAIXA, em particular, ainda que fizessem um esforço desmedido pelo otimismo, não conseguiriam do ponto de vista profissional/pessoal, ver positividade real no desfecho de mais um ano difícil. Ao contrário dos dirigentes sindicais e associativos chapa branca, que apresentaram em várias publicações (custeadas pelos bancários), balanço positivo em relação aos resultados obtidos após mais um ano de lutas. Falam em conquistas, vitória moral, etc. Tudo numa tentativa de escamotear a real situação. Para nós, (e é com pesar que admitimos) 2009 deixa a desejar. Infelizmente.
Na verdade o início do processo mais uma vez foi equivocado. Em assembléias antidemocráticas, cheia de vícios e manipulações, elegeu-se “delegados” às conferências que aprovaram tudo o que queriam as estruturas sindicais vigentes, corroídas e comprometidas com tudo (governo, partidos, diretorias de bancos públicos, federações, confederações, projetos individuais, projetos de grupos, eleições 2010, etc.), menos com a categoria. O resultado é que já partimos de um patamar inferior em todos os aspectos, bem ao gosto de governo e patrões. Por outro lado, os delegados ao CONECEF (Congresso Nacional dos empregados da Caixa), que originalmente tinham a faculdade de deliberar decisões originadas nas propostas apresentadas, participaram de um “congresso” que a princípio não deliberaria. Pela proposta inicial dos sindicalistas “... o 25º Conecef será realizado, neste ano de 2009, DESVINCULADO do processo de Campanha Nacional dos Bancários, com a finalidade de DISCUTIR as especificidades dos empregados do banco...”. Muda-se o caráter de um Congresso, que por definição deve decidir, para meramente um fórum de debates. Por decisão do plenário, voltamos ao caráter deliberativo em tese, porém no tocante a assuntos “delicados” o que prevaleceu (na prática) foi a proposta inicial de nossos “dirigentes”, pois decisões importantes do Congresso como a Auditoria independente para investigar a parceria CAIXA/GRUPO CAIXA SEGUROS/FENAE não aconteceram e isto merece, a nosso ver, um destaque; A idéia é mensurar o impacto real desta cumplicidade nos resultados da CAIXA, além de definir quanto o Grupo Francês leva nesta brincadeira (cerca de um bi de reais em 2008, ano do início da crise). Aprovada por consenso, pois a direção do movimento não teve coragem de defender contra, a deliberação foi simplesmente ignorada, pois mexer nesta “caixa azul” e desvendar os seus mistérios não interessa a nenhum dos envolvidos diretamente: CAIXA/CAIXA SEGUROS, FENAE CORRETORA E OUTROS. A Corretora deve mudar de nome (PAR, que nome sugestivo), afinal é sempre bom evitar o desgaste que esta corretagem causa, não é mesmo? Mas aos empregados assediados e ao conjunto da sociedade brasileira interessa e muito tal auditoria. Quanto à campanha propriamente dita, enxergamos as mesmas cenas do velho filme. Propostas rebaixadas por parte dos “sindicalistas majoritários”. Contrapropostas mais rebaixadas ainda. Joguinho de cena da não aceitação por parte dos nossos “combativos dirigentes”. A CAIXA, melhor mobilizada pela base, principalmente pelas péssimas condições de trabalho, entre outras questões (PCS, PCC, deltas, assédio, contratações, discriminação aos empregados sem saldamento do REG-REPLAN, PSI,etc., etc., etc.) mais uma vez é vanguarda, ainda que com um sentimento de boi de piranha. O funcionalismo adere à greve, mas majoritariamente não participa de piquetes e assembléias. Principalmente, entre outros motivos, pela não relação de confiança entre os trabalhadores e sua direção, o receio de uma nova “puxada de tapete”. E tudo se confirma. Enfeites na proposta da Fenaban e avanços no BB (participação pequena na greve em SP) mais abono para A NOSSA CAIXA nos isola novamente. Assembléias separadas agora sim, pois a paralisação maior na CAIXA já havia possibilitado uma saída “honrosa” para uma diretoria “lutadora” nos privados, BB E NOSSA CAIXA. CAIXA isolada, perseguições, retaliações, gestores manipuláveis pela empresa, ameaça de TST. Mas a paralisação segue com peso. Acordo tácito entre a CAIXA e a direção do movimento tira o “bode” do TST, convoca os gestores (sem CTVA incorporado, jornada sem limite e trabalho gratuito nos finais de semana), mais a pequena grande ajuda dos fura-greves/oportunistas e acaba a greve. Vitória? De quem cara-pálida? Na visão de nossos dirigentes a vitória estaria no PCC apresentado? (diminuição de salários para os técnicos, nenhuma perspectivas de 7ª e 8ª horas, gerentes em regime de dedicação integral). Na isonomia que é miragem, ou no PSI virtual? Talvez na pretendida obtenção do quadro de 100.000 empregados que não alcançamos? PLR linear e sem redutor que também não existe? No avanço da terceirização via concessão de credito e na habitação? Por fim, 2010 além de difícil terá eleições. Cuidado com certas candidaturas. O processo já começou entre nós com pesquisas nos locais de trabalho e uma sutileza de elefante no uso da máquina. Ah! Os recentes informes de nossos dirigentes falam em calendário de lutas por isonomia, PCC, PCS reformulado, etc. E dizem mais: “...Em 2010 nossa luta continuará com muita união,determinação e mobilização. Temos certeza: será um ano repleto de vitórias e conquistas...” Será?

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