sábado, 21 de janeiro de 2012

Editorial da Associação de Osasco, 2004



Editorial elaborado logo após a Vitoriosa Greve de 2004 que durou 30 dias e onde a diretoria do nosso sindicato defendeu proposta contrária à paralisação. Foi publicado no Boletim da Associação de Bancários de Osasco e Região na época e continua atual.

Nos últimos anos a instituição "sindicato" vem cada vez mais perdendo credibilidade e isso demonstra uma grande virada da opinião pública brasileira se comparada com o período em que os sindicatos eram entidades respeitadas. O que mudou? Mudou a conjuntura? Sim, mas mudou também, e de forma equivocada, a organização da luta dos trabalhadores, a partir da supremacia de uma concepção sindical que estimulou o desenvolvimento de projetos pessoais entre os dirigentes sindicais, que passaram a utilizar o movimento como forma de ascensão política e social. Dentro dessa concepção neopelega o sindicato deixa de ser uma ferramenta de organização dos trabalhadores e passa a ser um fim em si mesmo. É o sindicato-empresa, travestido de sindicato cidadão. É a supremacia da política de conciliação de classes, sindicato “propositivo”. Denominação atraente para escamotear a capitulação e o vacilo diante da mesa de negociação. Foi neste contexto de derrotas: demissões em massa, arrocho salarial, doenças profissionais, perda de direitos, banco de horas, etc, etc, que surge um coletivo de "loucos" que ousam desafiar o "rei" encastelado no edifício Martinelli. Propomos autonomia, liberdade, democracia e fundamentalmente combatividade para a preservação da dignidade do trabalhador bancário. Nossa trajetória tem sido difícil: expulsões, demissão de ex-diretores que romperam com o poder central, revogação ilegítima do exercício de mandatos, perseguições de todo tipo.
Pois bem bancários. Queremos dizer que continuamos vivos. Somos a resistência. Somos os sobreviventes e continuamos na luta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário