segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Práticas eleitoreiras vs mobilização da base


Editorial do 1º jornal de 2010

2010 é um ano que promete grandes desafios para a classe trabalhadora. Teremos eleições presidenciais, estaduais, parlamentares e todo o empenho das estruturas partidárias e sindicais (atreladas a partidos políticos) para a eleição dos futuros "representantes" da população brasileira. Além da copa do mundo que costuma atrair ou distrair a atenção do "país do futebol" para assistir ao espetáculo e esquecer a labuta e o sofrimento diário.
Nada surpreendente para um povo já cansado de indignar-se com tantas injustiças consentidas e compartilhadas entre aqueles que estão no poder. O que prevalece na política são os interesses econômicos inconfessáveis de grupos. Para as trabalhadoras e trabalhadores vigora um sentimento de desesperança de que ocorra uma mudança efetiva nas condições de vida. Entra ano e sai ano, lemos as mesmas páginas de jornal manchadas de sangue, suor, calúnias e marketing para disseminar medo, descrença e submissão, quando não propagam um mundo de fantasias de poucos privilegiados. Diante deste contexto nosso empenho é o de fortalecer a luta pela base das trabalhadoras e trabalhadores, independentemente das disputas político-partidárias da superestrutura. O debate político não deve se pautar pelas eleições e sim, pelo que originalmente o termo "política" (já bastante desgastado) indica, que é o debate de idéias em busca de decisões coletivas para a condução e bem estar dos trabalhadores em geral. Aqueles que permanecem supostamente indiferentes ou apáticos às decisões políticas estão, paradoxalmente, convergindo com o interesse da política dominante. Temos que fazer nossa política de base e resistência, em prol de nossos direitos, frente ao jogo do poder vigente.
Todo início de ano é costume fazermos uma balanço do ano anterior para traçarmos planos e perspectivas para o ano que se apresenta. Aqui fazemos este esforço. Nosso balanço sobre a campanha salarial 2009 infelizmente não pode ser tão positivo como os que foram publicados pelos jornais "oficiais" das entidades. Mas assumir nossos erros e limitações serve para buscarmos superação, e é com este espírito que nos empenhamos em refletir e fazer um balanço crítico do que foi nossa luta no ano que passou. Procuramos debater os problemas que nos afligem sob outro ponto de vista que não o das saídas individuais, tão incentivadas para manter todos isolados e, conseqüentemente sob controle. Discutimos também o papel do sindicato na formação teórica e na organização da classe trabalhadora, o que historicamente foi sendo deturpado. Atualmente, a nossa estrutura sindical (SEEB-SP) chega ao extremo de colaborar com a lógica mercadológica de educação criando sua própria faculdade, com cursos de formação e aprimoramento de mão de obra para os bancos.
Debater questões, escrever, opinar, lutar, são atos políticos que fazem toda a diferença na luta maior por outro mundo possível e, mais do que nunca, necessário. Contamos com sua participação. Boa leitura!

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