quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Nota sobre panfletagem em São Paulo

DIRETORIA DO SINDICATO DOS BANCÁRIOS IMPEDE TRABALHADORES DE FALAR! ABAIXO A DITADURA DO MICROFONE! POR UMA CAMPANHA SALARIAL DE VERDADE!

Na quinta-feira dia 03/09 nós do Avante, Bancários! e MNOB estivemos no CAT, complexo do banco Itaú no Tatuapé, para distribuir nosso boletim de chamado aos bancários para organizarmos uma campanha salarial de verdade, fazendo também uma agitação com aparelho de som. Entretanto, no mesmo local estavam presentes diretores do sindicato, com um exército de funcionários contratados, fotógrafos, fanfarra, carro de som, cartazes e panfletos, também para fazer a divulgação da campanha salarial festiva e de fantasia.

Os diretores do sindicato, ao invés de respeitar a oposição, usaram o carro de som para fazer ofensas aos militantes e tentar impedir a panfletagem no grito. Sobraram até calúnias contra o sindicato dos bancários  de Bauru e região, que é dirigido por setores de oposição à CUT. Nós da oposição pedimos o direito de resposta que nos foi negado. Propusemos fazer falas alternadas, para que cada setor pudesse apresentar suas propostas para a campanha, o que também foi negado. Diante disso, não tivemos outra escolha a não ser usar também o nosso aparelho de som para tentar dialogar com os bancários. 

A postura intransigente da direção do sindicato causou grande confusão e atraiu mais a atenção dos bancários e transeuntes do que se fizéssemos falas separadas.

Os dirigentes sindicais disseram que a oposição está “destruindo a entidade” por fazer acusações contra sua presidente, e que somos “oportunistas” que só aparecem em época de campanha salarial. Não podemos deixar de responder a esses ataques.

Primeiro, quem está “destruindo” o sindicato é a atual diretoria. Ao usar a entidade para os negócios do PT com o empresariado, a atual diretoria transforma o sindicato em um balção de negócios, vendendo produtos e direitos. A presidente do sindicato está sendo citada na operação Lava Jato por ter possivelmente usado o nosso sindicato para fazer a lavagem de dinheiro das propinas pagas por empreiteiros em negócios espúrios com a Petrobrás. Esse é o resultado de uma gestão que se acostumou a tratar o sindicato como um aparelho do PT, e não um instrumento de luta. Se os trabalhadores hoje acreditam menos nos partidos, sindicatos e outros instrumentos de luta coletiva, é por culpa  dessa prática. 

Nós da oposição queremos retomar o sindicato para as mãos dos trabalhadores e fazer dele um instrumento de luta para avançar nas conquistas. 

Segundo, nós da oposição temos feito panfletagens nas concentrações mais importantes da categoria, no limite das nossas forças. E tem algo que precisa ficar claro: não somos liberados, somos trabalhadores e estamos no dia a dia das agências e departamentos, e mesmo assim estamos mais presentes em muitos lugares do que o sindicato. Oportunista é aquele que em nome dos trabalhadores vende direitos e faz do sindicato seu balcão de negócios com o patrão.

Por fim, a resposta mais importante será dada na própria campanha salarial. Não vamos aceitar os métodos autoritários da direção do sindicato, não vamos aceitar a ditadura do microfone nas assembleias, não vamos aceitar a encenação de todos os anos, não vamos aceitar mais um acordo rebaixado, não vamos aceitar gerentes e pessoas que não fazem greve na assembleia final. Vamos lutar, ao lado dos bancários, para termos uma campanha salarial de verdade, em que os trabalhadores tenham o controle da sua luta!

Bancários de Base - SP e A.S.S., construindo o Avante, Bancários!, boco de oposição.

domingo, 30 de agosto de 2015

Boletim para delegados sindicais do Banco do Brasil - Julho 2015


Aos companheiros delegados sindicais do Banco do Brasil da base de São Paulo, Osasco e Região. Segue um boletim eletrônico do coletivo Avante, Bancários!, de oposição à direção do sindicato, com algumas reflexões sobre a campanha salarial e mais um texto sobre a situação do país.



ORGANIZAR UMA CAMPANHA SALARIAL DE VERDADE!

No dia 22/07/2015 aconteceu a reunião dos delegados sindicais do da base de São Paulo, Osasco e Região. Ao invés de uma reunião unificada, a direção do sindicato distribuiu os representantes nas 7 regionais em que está dividida a base. Portanto, foram na verdade 7 micro reuniões.
Logo de cara, discordamos desse método, porque não ajuda a preparar a campanha salarial que temos pela frente. As reuniões por região podem e devem ser feitas, ao longo do ano, antes e depois do período da campanha. Se não é possível conseguir a liberação do ponto todos os meses, que se faça a reunião nem que seja no horário na noite, com a participação de quem for possível, mas que haja reuniões. No período da campanha, porém, é necessário reunir todos os delegados para fortalecer a preparação da luta.
Ao separar as reuniões, a direção do sindicato já deu mostras do tipo de campanha que pretende fazer. Existe um roteiro que vem sendo seguido todos os anos, e que se quer repetir mais uma vez em 2015. A pauta de reivindicações será tirada numa Conferência nos dias 31/07, 01 e 02/08, cujos representantes foram eleitos numa assembleia “escondida” no dia 23/07. Uma assembleia da qual muitos dos próprios delegados só tomaram conhecimento no próprio dia 22. Se os delegados sindicais não estavam informados da realização dessa assembleia, que é na verdade decisiva para a campanha, que dizer então do restante da categoria? O resultado é que somente serão eleitos para essa Conferência os próprios dirigentes sindicais. Será uma Conferência de cúpula e não de bancários.
Isso é só mais uma prova de que a direção do sindicato quer mais um campanha sem a participação dos bancários de carne e osso, que estão no dia a dia das agências e departamentos. Os bancários não são chamados a discutir a pauta em assembleia, nem podem também escolher os seus representantes na mesa de negociação (que são escolhidos na mesma Conferência de cúpula), nem opinar sobre o plano de lutas, o calendário de greve, a estratégia da greve, como enfrentar os bancos e afetar de fato o seu lucro para conseguir as reivindicações, etc.
Os bancários não podem opinar sobre nada disso, e quando são chamados a opinar, na assembleia que rejeita a contraproposta patronal e deflagra a greve, também não podem falar nessa assembleia. Comparecem apenas para levantar o crachá e votar. Há uma ditadura do microfone, em que só a direção do sindicato fala, e não se abre o debate com a categoria. Isso não contribui para a educação dos trabalhadores, que precisam aprender a avaliar e formular propostas. Também não tem havido assembleias diárias ao longo da greve, para que os bancários possam discutir o movimento e decidir seus rumos. E por último, a campanha é encerrada numa assembleia no horário da noite, com a presença de gestores e pessoas que não fizeram greve, para aprovar uma proposta praticamente idêntica àquela que foi rejeitada na assembleia de deflagração da greve, com diferenças insignificantes, defendida como “vitória” pela direção do sindicato.
Somos contra esse roteiro! Precisamos de uma campanha salarial de verdade! Precisamos de uma campanha que tenha a participação dos bancários. A campanha salarial pertence aos bancários, e não à direção do sindicato. São nossos salários e condições de trabalho durante todo o próximo ano que estarão em jogo, e por isso temos que ter o máximo espaço para dar nossa opinião. Para isso defendemos:
- assembleia para discutir a pauta definida na Conferência dos dirigentes sindicais;
- plano de luta e calendário de mobilização definido em assembleia;
- representantes na mesa de negociação eleitos em assembleia e com mandato revogável;

VENHA SE REUNIR CONOSCO!

Nós do coletivo Avante, Bancários!, que somos oposição à direção do sindicato, estamos convidando os bancários a se reunir para pensarmos juntos maneiras de termos uma campanha salarial de verdade, que corresponda às nossas necessidades.
Essa reunião vai acontecer no dia 18/08, à partir das 18:30, na Rua Boa Vista 76, 11° andar, Centro. Compareça, participe, divulgue, debata com seus colegas.
Mesmo que não possa participar da reunião, entre em contato e deixe os seus comentários, críticas, sugestões, etc. Escreva para Daniel (tzitzimitl@terra.com.br) e Thaís (asiwatchtheweatherchange@hotmail.com).

CONSTRUIR ATRAVÉS LUTAS UMA SAÍDA INDEPENDENTE DOS TRABALHADORES PARA A CRISE DO PAÍS

Num dos grandes clássicos da ficção científica, o livro “1984”, de George Orwell, os órgãos do governo recebem nomes que são o exato oposto da sua verdadeira função. O Ministério da Verdade é o que inventa mentiras para enganar a população, o Ministério do Amor é o que persegue, prende, tortura e executa os opositores, o Ministério da Paz é o que comanda os exércitos na guerra contra outros países. E assim por diante. Essa técnica de inverter o sentido das palavras recebia o nome de “duplipensar”.
No Brasil, o governo Dilma também põe em prática o duplipensar. O recém anunciado “Programa de Proteção ao Emprego” está na verdade destruindo o emprego. A proposta desse programa é rebaixar os contratos, reduzindo a jornada com a redução dos salários, ajudando o empresariado com o dinheiro do FAT, ou seja, dos próprios trabalhadores. A única coisa que está sendo protegida nesse caso é o lucro dos patrões.
O chamado ajuste fiscal é na verdade o descalabro fiscal. O desequilíbrio nas contas do governo não é causado pelos gastos com os serviços necessários aos trabalhadores, e sim com a dívida pública. Mais de 45% do orçamento federal, ou cerca de R$ 1 trilhão por ano, são desviados para o pagamento da dívida. Essa dívida é uma fraude, nós trabalhadores nunca pegamos esse dinheiro emprestado, todos os anos o governo paga uma fortuna, e ao invés de diminuir, a dívida só faz aumentar. Isso porque os juros da dívida são decididos por um comitê do Banco Central, formado pelos mesmos banqueiros e especuladores que são credores da dívida. Se a intenção real do governo fosse fazer um ajuste fiscal, deveria começar pelo não pagamento da dívida. Mas ao contrário, o governo Dilma cortou as verbas dos abonos do PIS, do seguro desemprego e das pensões por morte, retirando dinheiro dos trabalhadores para aumentar a parte destinada aos banqueiros e especuladores.
As escolhas “duplipensadas” de Dilma têm a ver com o fato de que o Partido dos Trabalhadores está na verdade a serviço dos patrões, dos banqueiros, latifundiários, empreiteiras, montadoras e transnacionais. Nos últimos 3 mandatos o PT garantiu lucros extraordinários para a classe patronal, e uma ilusão de prosperidade para os trabalhadores, que tiveram acesso ao consumo através do crédito e endividamento, mas sem aumento real dos salários e da renda. Esse modelo tinha fôlego curto, já que não é possível endividar as pessoas além de um certo limite. Agora que o endividamento chegou ao limite, o consumo diminuiu, a economia entra em recessão, uma parte da classe patronal começa a considerar que o PT não serve mais. Surgem as especulações sobre o impeachment, sobre um possível governo do PMDB ou do PSDB, etc. É justamente para provar que ainda serve aos patrões que o PT está cada vez mais aprofundando os ataques contra os trabalhadores, como o PPE e o “ajuste fiscal”.
Nós trabalhadores não podemos nos deixar enganar pelo “duplipensar” dos partidos patronais, nem PT, nem PMDB, nem PSDB. Nem a marcha do dia 16, nem a do dia 20!
Precisamos construir nas lutas uma saída independente para a crise. Precisamos unificar as lutas, as greves, as manifestações. Precisamos inverter a lógica que governa essa sociedade. Se existe uma crise, não fomos nós que provocamos e não vamos pagar por ela! Ao invés de atacar os salários, os direitos e as condições de vida dos trabalhadores, que se ataquem os lucros! Nenhuma demissão! Redução da jornada sem redução do salário, até que haja emprego para todos! Nenhum direito à menos! Não à tercerização! Não ao arrocho salarial, mínimo do DIEESE como piso para todos! Não pagamento da dívida pública e uso desse dinheiro para obras e serviços sob controle dos trabalhadores! Por um governo dos trabalhadores baseado em suas organizações de luta!



Boletim para delegados sindicais do Banco do Brasil - junho 2015

ORGANIZAR A LUTA DOS FUNCIONÁRIOS DO
BANCO DO BRASIL

REUNIÃO DE DELEGADOS SINDICAIS – JUNHO 2015

POR REUNIÕES DELIBERATIVAS DE DELEGADOS SINDICAIS
O fórum de delegados sindicais é uma conquista da greve de 2003, que obrigou o banco a reconhecer a figura dos representantes por local de trabalho. As reuniões de delegados sindicais deveriam servir para organizar as lutas dos trabalhadores do BB, a partir de cada local de trabalho. Entretanto, a diretoria do sindicato transformou as reuniões num espaço meramente consultivo, em que as pessoas apenas trocam impressões, falam sobre o que estão vivendo nos seus locais, mas não se encaminha nada concreto. Às vezes, trazem um palestrante para falar, como se estivéssemos na escola, ou então dividem a reunião em grupos para tratar de temas diferentes, sem que haja uma garantia de que tudo que foi discutido vai ser aplicado.
Somos contra esse formato. Os delegados sindicais vivem a realidade do dia a dia dos locais de trabalho, e têm a responsabilidade de trazer as demandas dos trabalhadores que os elegeram e também levar das reuniões encaminhamentos que sejam propostas efetivas para enfrentar os problemas. Por isso defendemos:
- Reuniões com caráter deliberativo, ou seja, os delegados sindicais falam em nome dos locais que representam e as propostas que forem aprovadas em reunião devem ser executadas pela direção do sindicato;
- Reuniões periódicas mensais de delegados sindicais;
- Que os delegados sindicais tenham o direito de conduzir reuniões periódicas nos locais de trabalho sem a presença dos gestores, para tratar dos problemas de cada local, e também tenham espaço no quadro de aviso das agencias e departamentos para publicações de interesse da luta dos trabalhadores;
- Que os encaminhamentos das reuniões sejam publicados na Folha Bancaria, site e veículos de comunicação do sindicato, por uma comissão de redação eleita na reunião;

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CONTRA A PROPOSTA DO BB PARA A CASSI
O Banco do Brasil apresentou recentemente aos funcionários a sua proposta para supostamente resolver o déficit da CASSI. A proposta tem dois pontos principais.
Primeiro, transfere um valor de R$ 5,8 bilhões (aprovisionado no balanço do banco para cobrir as contribuições para a CASSI nos anos futuros), para um fundo da BBDTVM, subsidiária do banco que atua no mercado de títulos e ações. Segundo, institui o “Mecanismo Extraordinário de Rateio”, que cobra dos associados, em 12 parcelas mensais, o valor necessário para repor o déficit que houver num determinado ano.
Somos contra essa proposta. Ela busca apenas eximir o banco de sua responsabilidade com a sustentação da CASSI, repassando para os trabalhadores. Se esses R$ 5,8 bilhões estão aprovisionados em balanço, certamente estão aplicados para se proteger da corrosão da inflação. Se já estão aplicados e protegidos, porque repassar a sua gestão para a BBDTVM? Isso serviria apenas para que o banco não fosse cobrado no futuro. Além disso, a CASSI se tornaria uma cliente da BBDTVM? Pagaria taxa de administração por esse fundo? Qual seria a vantagem para a CASSI? A remuneração atual do valor aprovisionado já não é suficiente? Em relação ao rateio, é uma forma indireta de aumentar a contribuição dos funcionários para a CASSI, sem dar esse nome.
Na verdade, nada disso seria necessário, se o banco pagasse a reposição das nossas perdas salariais acumuladas desde 1994, que chegam a cerca de 90%. Se esse reajuste fosse aplicado ao nosso salário, isso aumentaria proporcionalmente o volume de recursos destinados para a CASSI, tanto a parcela dos funcionários como a parcela do banco. Muitos acham que um reajuste salarial de 90% parece exagerado ou descabido. Mas ninguém acha exagerado o lucro do banco, que saltou de R$ 869 milhões em 1998 (ano da criação dos funcionários "genéricos", que ganham menos e fazem o mesmo serviço) para R$ 11 bilhões em 2014, um salto de mais de 1.200%!
Na verdade, não existe déficit da CASSI, existe um brutal arrocho sobre os trabalhadores. Além disso, precisamos destacar que o banco é na verdade o principal responsável pelo adoecimento dos funcionários, por meio do excesso de serviço, cobrança de metas, assédio moral, etc. O banco adoece os funcionários e quer que paguemos a conta!
Defendemos:
- Nenhuma medida que implique aumento da contribuição dos funcionários para a CASSI!
- Revogação da reforma estatutária de 2007, fim da co-participação, cobrança da dívida do BB para a CASSI!
- Por um plano de reposição das perdas salariais acumuladas (90%) desde o plano real!
- Isonomia entre funcionários novos, antigos e incorporados, garantindo-se o que for mais vantajoso para o trabalhador!
- Fim das metas e do assédio moral, e do modelo de banco de mercado!
- Por um Banco do Brasil efetivamente público e a serviço das necessidades dos trabalhadores!

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UNIFICAR AS LUTAS E CONSTRUIR A GREVE GERAL
O Brasil vive uma situação de crise. Tudo o que vemos no universo da política, as disputas entre os partidos, os escândalos no noticiário, tudo isso tem a ver com essa crise. E nós trabalhadores temos que tomar posição e nos colocar em luta.
A crise começar pela economia. O modelo que vem sendo aplicado pelos governos do PT não está mais funcionando. Esse modelo estava baseado nas exportações de grãos e minérios, de um lado, e no consumo interno, por outro. E o consumo interno, por sua vez, estava baseado na expansão do crédito e no endividamento, não no crescimento real da renda dos trabalhadores. Agora, com a queda das exportações devido aos problemas da economia mundial, e a impossibilidade de aumentar o endividamento, não é mais possível manter o crescimento. A inflação volta a disparar e também o desemprego. A ideia de que é possível um capitalismo “bom para todos”, com lucros para os grandes empresários e ao mesmo tempo com os trabalhadores tendo acesso ao consumo, está indo por água abaixo.
O capitalismo só beneficia uma classe social, os grandes empresários, e quando estes não estão mais satisfeitos, começam a achar que o PT não é mais o melhor instrumento para garantir seus interesses. A disputa eleitoral de 2014 e as marchas pelo impeachment de Dilma ilustram isso. Mas o fato de que a classe empresarial não esteja satisfeita com o PT não significa, automaticamente, que este governo seja melhor para os trabalhadores. Ao contrário, quanto mais a classe capitalista pressiona, mais o PT cede, como acabamos de ver no dia 9/06, quando Dilma anunciou mais privatizações de estradas, ferrovias, portos e aeroportos, num total de R$ 198 bilhões.
A saída para os trabalhadores não é depositar suas esperanças no PT, que já está há mais de uma década no governo (nem muito menos na  oposição do PSDB ou PMDB, que já estiveram antes no governo), e há três décadas no comando dos principais instrumentos de luta dos trabalhadores, como os sindicatos e centrais sindicais, a CUT, a UNE e o próprio MST. A saída é construir uma saída independente, a partir das lutas, das greves, das manifestações, das ocupações. O maior crime do PT não são os bilhões roubados da Petrobrás e outros esquemas, mas o crime de arruinar a credibilidade da esquerda, dos sindicatos, partidos de trabalhadores, movimentos sociais, pois no imaginário coletivo consolidou-se a imagem de que essas instituições só servem para eleger seus dirigentes, como se fossem apenas trampolins para a promoção de corruptos.
Não foi para isso que os trabalhadores construíram os sindicatos, lutaram pelo direito de legalizar seus partidos, de se manifestar, de ocupar as ruas. Esses instrumentos devem estar a serviço da luta. Somente por meio da luta podemos reconstruir a unidade da classe trabalhadora. Ao lutar contra a inflação, por reposição salarial, contra a retirada de direitos, por melhores condições de trabalho, contra a dívida pública, por educação, saúde, transporte de qualidade, etc., os trabalhadores percebem que possuem os mesmos interesses, opostos aos da classe capitalista e seus representantes. Somente por meio da luta podemos combater as ideias reacionárias que avançam na sociedade.
Precisamos reconstruir a confiança nos métodos de luta coletiva e organizada. Além de nós bancários, no 2º semestre temos as campanhas de funcionários dos Correios, petroleiros, metalúrgicos. Precisamos recuperar os métodos de luta dos trabalhadores, reforçar as greves que estão em andamento, unificar as datas, as ações, as reivindicações de todos os segmentos da classe trabalhadora, preparando o terreno para construir uma greve geral. Precisamos mobilizar os trabalhadores por reivindicações que dizem respeito não apenas a uma categoria, mas a todos nós:
- Nenhuma demissão! Estabilidade no emprego! Redução da jornada sem redução dos salários, para que haja emprego para todos!
- Salário mínimo do DIEESE como piso!
- Não ao PL 4330! Fim das terceirizações, incorporação dos terceirizados com os mesmos direitos!
- Não pagamento da dívida pública, e investimento desse dinheiro em obras e serviços públicos, sob controle dos trabalhadores!
- Estatização do sistema financeiro, sob controle dos trabalhadores!


BANCÁRIOS DE BASE – SP construindo o AVANTE, BANCÁRIOS https://www.facebook.com/avntbancarios, f2256251 (Daniel) e f9307288 (Thaís)

Texto de alerta contra a proposta do Banco do Brasil para a CASSI


BANCO DO BRASIL PREPARA MAIS UM ATAQUE À CASSI

O Banco do Brasil está enviando mensagens ao email corporativo dos seus trabalhadores a respeito do modelo de custeio da Caixa de Assistência dos Funcionários – CASSI. Já foram duas mensagens para “abrir o debate” e apresentar o problema. Segundo o BB, o custeio da CASSI está se tornando inviável, já que a contribuição dos funcionários não é suficiente para cobrir os custos dos tratamentos de saúde, uma área que vive constantes inovações e portanto constante aumento de preços. Atualmente, a CASSI é sustentada por contribuições equivalentes a 3% do salário pagos pelos funcionários, mais 3% pagos pelo BB (lembrando que até 1998 o BB contribuía com 4,5% do salário).
De acordo com a última mensagem do banco, o valor de 3% do salário (bruto) de um escriturário estaria em R$ 66,82. Ainda de acordo com o BB, o valor da prestação de um plano equivalente ao do CASSI estaria em R$ 320,42 no mercado, considerando-se um plano individual, sem dependentes. Segundo o BB, há o “agravante” de que muitos funcionários incluem seus familiares como dependentes, mas continuam pagando os mesmos R$ 66,82, quando na verdade o valor cobrado “deveria” ser muito maior do que os R$ 320,42 do tal plano de mercado.
Esses números são apresentados de forma a dar a entender que não há outra solução a não ser aumentar, e muito, o valor atualmente pago pelos funcionários, e/ou incluir uma contribuição adicional por dependente, etc. Ao mesmo tempo, a mensagem se omite sobre a disposição do BB para aumentar também a sua contribuição na mesma proporção (ou retomar os 4,5% de contribuição anteriores). E se omite também sobre o principal, que é o fato de que uma das principais causas de adoecimento dos funcionários são as próprias condições de trabalho dentro do banco: excesso de serviço, cobrança de metas, assédio moral permanente. O BB adoece seus funcionários e agora quer que paguemos a conta.
A conclusão lógica das mensagens do BB é de que será preciso fazer mais uma mudança na forma de custeio da CASSI. A mudança anterior aconteceu em 2007, como parte de um pacote de reestruturação geral do banco (que incluiu o fechamento de departamentos, aposentadoria antecipada de milhares de funcionários, redução do número de caixas, fim do pagamento das substituições), quando houve a reforma estatutária da CASSI, que foi aprovada em plebiscito com os associados (depois de 4 votações pois, a proposta foi rechaçada pelos funcionários nas primeiras). Na ocasião, tanto o BB quanto a direção majoritária do movimento sindical, a CONTRAF-CUT, fizeram uma campanha terrorista pela aprovação da reforma, dizendo que sem ela a CASSI deixaria de existir. A reforma estatutária instituiu a co-participação dos funcionários em consultas, exames e tratamentos (ou seja, já existe uma cobrança mais ou menos proporcional ao uso do plano) e perdoou a dívida de cerca de R$ 500 milhões do BB com a CASSI naquele momento, com o compromisso de que o banco investiria R$ 300 milhões em serviços próprios, o que nunca aconteceu.
O argumento de que sem a reforma estatutária e a co-participação a CASSI iria quebrar se provou falso, já que os problemas continuam, como o BB acaba de admitir nessas mensagens. A solução, do ponto de vista do BB, como dissemos, deve ser aumentar ainda mais a contribuição dos funcionários, e para isso podemos ser chamados a votar a qualquer momento em mais uma reforma estatutária, ou coisa parecida. Mas para não cairmos em mais essa armadilha, é preciso colocar as coisas nos devidos lugares, recuperando a história das nossas perdas acumuladas.
Os salários dos funcionários do BB estão defasados em 90% em relação a julho de 1994, data de implantação do plano real. Além disso, os funcionários contratados após 1998, que hoje são a grande maioria, deixaram de ter direito a vários benefícios dos funcionários antigos, como os anuênios, licença-prêmio, etc. Convenientemente, tanto o BB quanto a CONTRAF-CUT esquecem as nossas perdas salariais acumuladas e os demais benefícios, que não são discutidos nas campanhas salariais. Muitos consideram que a reivindicação de 90% de reajuste é exagerada ou descabida, mas não acham exagerado que o lucro do BB tenha saltado de R$ 869 milhões em 1998 para R$ 11,2 bilhões em 2014, um salto de mais de 1.200%.
Por conta desse “esquecimento” da nossa pauta de reivindicações históricas, chegamos a essa situação na CASSI. Se aplicarmos a volta da contribuição do BB de 4,5% sobre o salário, o total da contribuição do funcionário (os atuais R$ 66,82) + a do BB saltaria para R$ 167,05. E se aplicarmos sobre esse valor o reajuste de 90%, equivalente às perdas acumuladas, teremos um total de R$ 317,84 por funcionário. Praticamente o mesmo que os R$ 320,42 do tal plano de mercado apresentado pelo BB.
A conclusão é: não existe problema de custeio da CASSI, existe um brutal arrocho salarial sobre os funcionários. Esse arrocho salarial é convenientemente “esquecido” pela direção majoritária do movimento sindical, a CONTRAF-CUT, que assim ajuda o BB a aplicar o arrocho contra os seus trabalhadores. Temos que estar alertas, divulgar essas informações e construir pela base, em cada agência e departamento, um movimento contra mais um ataque do BB. Defendemos:
- Nenhuma medida que implique aumento da contribuição dos funcionários para a CASSI!
- Revogação da reforma estatutária de 2007, fim da co-participação, cobrança da dívida do BB para a CASSI!
- Por um plano de reposição das perdas salariais acumuladas (90%) desde o plano real!
- Isonomia entre funcionários novos, antigos e incorporados, garantindo-se o que for mais vantajoso para o trabalhador!
- Fim das metas e do assédio moral, e do modelo de banco de mercado!
- Por um Banco do Brasil efetivamente público e a serviço das necessidades dos trabalhadores!



Boletim para o dia nacional de luta contra a terceirização em 29 de maio 2015


ORGANIZAR A PARALISAÇÃO DIA 29/05 CONTRA O PL 4330 DA TERCEIRIZAÇÃO!

O Brasil vive hoje uma intensa disputa entre dois blocos, um liderado pelo PT, que controla o governo federal, e outro liderado pelo PSDB, que controla alguns dos principais estados. Nessa disputa esses partidos usam as mesmas armas:
1ª) Tentam mostrar que são capazes de garantir os lucros dos grandes empresários, que de fato mandam no país, os bancos, latifundiários, empreiteiras, montadoras, transnacionais. Nunca na história desses país os grandes empresários lucraram tanto como nos governos de Lula e Dilma. E ainda vem mais pela frente, pois Dilma acaba de anunciar mais privatizações em estradas, portos, aeroportos, etc. O PSDB não fica atrás, e privatizou a Sabesp, conseguindo lucros bilionários para os acionistas e falta d'água para a população.
2ª) Atacam os trabalhadores, como faz o PT com as Medidas Provisórias 664 e 665, que cortam os abonos do PIS, as pensões por morte e o seguro desemprego, para economizar dinheiro para pagar a chamada “dívida pública”, uma dívida fraudulenta, que já foi paga várias vezes e nunca para de aumentar. E o PSDB, por sua vez, não atende as reivindicações dos professores, que lutam em vários estados contra o arrocho salarial, as péssimas condições de trabalho, superlotação das salas de aula, fim das suas aposentadorias, etc.
3ª) Expõem a corrupção um do outro, como os casos de propinas pagas na Petrobrás (Operação Lava a Jato) e o cartel dos fornecedores da CPTM e Metrô de São Paulo.
NOSSOS EMPREGOS, SALÁRIOS E DIREITOS ESTÃO EM RISCO!
Enquanto esses dois blocos lutam entre si, o PMDB de Michel Temer, Eduardo Cunha e Renan Calheiros faz o serviço sujo e garantiu a aprovação na Câmara do PL 4330, que amplia a terceirização para qualquer área das empresas. Se esse projeto for aprovado definitivamente (ainda vai passar por votação no Senado e talvez nova votação na Câmara), as empresas vão poder demitir seus trabalhadores e recontratar em empresas terceirizadas.
O PL 4330 é o maior ataque contra os trabalhadores no país em muitas décadas, pois praticamente acaba com a CLT, os nossos direitos trabalhistas, em uma só canetada. Os trabalhadores terceirizados recebem salários em média 30% menores; trabalham em média 3,4 horas a mais por semana; sofrem 4 em cada 5 mortes em acidentes de trabalho; são vítimas de fraudes das empresas que não recolhem FGTS, INSS, não pagam férias, atrasam salários, etc.
BANCÁRIOS PRECISAM SE MOBILIZAR! SINDICATO PRECISA CONVOCAR ASSEMBLEIA!
Enquanto PT, PSDB, PMDB brigam para ver quem é mais corrupto e mais útil aos patrões, nós trabalhadores temos que lutar juntos, a partir de cada categoria. Exigimos da direção do sindicato a realização de assembleia para discutir um plano de lutas contra o PL 4330 e os demais ataques! Está marcado um dia nacional de lutas contra o PL 4330 em 29/05 e nós bancários temos que ser parte dessa luta. Os bancos são as empresas que mais lucram no país e as que mais terceirizam. Se a terceirização passar, nossos empregos, salários, direitos, condições de trabalho podem piorar ainda mais. Nossa categoria precisa manifestar seu repúdio a esse ataque e precisamos de assembleia para organizar uma forte paralisação!

RUMO À GREVE GERAL!
Temos que tomar medidas para buscar a unidade entre todas as categorias, bancários, professores, metalúrgicos (que enfrentam uma onda de demissões) petroleiros, Correios, e construir uma greve geral!
- Retirada do PL 4330 e toda forma de flexibilização! Fim da Terceirização! Incorporação de todos os terceirizados às empresas-mãe, com os mesmos direitos! Efetivação com os mesmos direitos de todos os temporários, estagiários e trainees!
- Salário igual para trabalho igual! Por trabalho e salário dignos para as mulheres, negros, negras e LGBTs!
- Retirada da Mps 664 e 665, contra os cortes no PIS, pensões e Seguro Desemprego!
- Chega de desemprego! Redução da Jornada de Trabalho Sem Redução dos Salários até que haja empregos para todos! Estatização sem indenização e sob controle dos trabalhadores das empresas que ameacem demitir ou se mudar!
- Não Pagamento da Dívida Pública e investimento desse dinheiro nos serviços públicos sob controle dos trabalhadores!

- Continuar e aumentar a mobilização! Unificar as Lutas e Construir a Greve Geral Pela Base!

Boletim para bancos privados, abril 2015


RETOMAR A LUTA POR ESTABILIDADE
E A ORGANIZAÇÃO NOS LOCAIS DE TRABALHO

Explicando o que parece inexplicável
O mundo inteiro ficou chocado com a atitude do copiloto alemão que decidiu por fim à própria vida, levando consigo mais de 150 passageiros, jogando o avião que pilotava contra uma montanha nos Alpes franceses.
Essa escolha é inaceitável, mas não é inexplicável. Para explicá-la, é preciso ir além das aparências. Aparentemente, o copiloto era provavelmente bem remunerado, numa profissão de prestígio, que não teria motivos para estar insatisfeito com a própria vida. Entretanto, a pressão que estava sofrendo, as cobranças sociais e no trabalho eram insuportáveis.

A mesma situação em toda parte
Ainda que não chegue ao mesmo abismo de desespero, todo trabalhador(a) nos dias de hoje sabe o que é essa pressão. Em qualquer lugar do mundo e praticamente qualquer profissão, vivemos uma situação de pressão, cobrança, excesso serviço, assédio moral, autoritarismo dos chefes e gerentes. O sistema capitalista mundial está num momento em que precisa extrair cada vez mais lucro de cada trabalhador, fazendo-o trabalhar por dois ou três.
As consequências são o adoecimento físico e psicológico, stress, depressão, síndrome de burnout, relacionamentos pessoais e familiares desfeitos. Alguns tentam disfarçar o problema por meio de medicamentos, ou mesmo o alcoolismo, sujeitando-se ao risco da dependência química. Enquanto os trabalhadores(as) tentam sobreviver, as empresas, simplesmente descartam os que ficaram “imprestáveis”, demitem impiedosamente, sem qualquer tipo de gratidão ou reconhecimento por anos de serviços prestados, e sem demonstrar remorso.

A meritocracia e outros mitos
Enquanto ainda estamos jovens, saudáveis, em condições de produzir, as empresas usam o discurso da meritocracia, de que quem se esforçar vai “chegar lá”, quem se dedicar será recompensado, quem “vestir a camisa” da empresa será reconhecido. Fazem mil promessas de promoções, prestígio, status, para seduzir e motivar os funcionários. Pura ilusão, que se desfaz cruelmente quando chegam os cortes e reestruturações. Todo mundo sabe que não há vagas para todos, e ao invés de subir, o mais provável é descer para o inferno do desemprego. A ameaça de demissão leva os trabalhadores(as) a viver em medo constante. O medo é usado para nos tornar obedientes, para nos obrigar a aceitar todo tipo de abuso, pressão, sobrecarga.
Os bancos são os campeões de lucro no Brasil, e são também os que mais demitem, terceirizam, rebaixam as condições de trabalho dos seus funcionários. Por fora, nos exigem um visual impecável, trajes finos, aparência de “sucesso”. Por dentro, cada trabalhador(a) vive a mesma sensação de medo, insegurança, humilhação.

Que fazer?
Ao longo da história os trabalhadores(as) criaram muitas formas para se organizar e lutar contra os abusos dos patrões, como os sindicatos e partidos. Foi graças a essas lutas que conseguimos os direitos que ainda temos hoje, mas que estão sempre sendo ameaçados. Só a luta muda a vida! Só lutando coletivamente como categoria bancária e classe trabalhadora poderemos combater os abusos dos bancos, defender nossos direitos, melhorar nossos salários, condições de trabalho e de vida em geral.

Como fazer?
Na categoria bancária, a questão fundamental é a estabilidade no emprego. Sem estabilidade, todo trabalhador(a) que tiver a coragem de reclamar ou de alguma forma mostrar seu descontentamento está ameaçado de demissão. A estabilidade deve ser o ponto de apoio para todas as demais lutas. Muitas categorias, nas suas campanhas salariais, conseguem acordos em que as empresas ficam proibidas de demitir por um ano ou até mais. Temos que seguir esse exemplo. A estabilidade no emprego deveria ser uma pauta prioritária dos bancários.

Quem procurar?
Nosso sindicato, que deveria lutar pela estabilidade, entre outros pontos que nos interessam, infelizmente hoje é dirigido por um partido, o PT, que traiu os trabalhadores e passou para o outro lado. Um partido que colocou um diretor do Bradesco no Ministério da Fazenda demonstra que não vai lutar contra o Bradesco e os outros bancos. Nem o sindicato dirigido pelo PT, nem o PT no governo, e nem o PSDB, PMDB, e outros oportunistas que representam os interesses dos patrões, servem para defender os trabalhadores. Temos que recomeçar do zero.

Por onde começar?
No passado, na época da ditadura militar, fazer greve era proibido e os sindicatos só serviam para carimbar o que o governo e os patrões decidiam, como acontece hoje. Naquela época, os trabalhadores não deixaram de lutar. Reuniram-se, fora dos locais de trabalho, sem a presença de chefes e gerentes, e aos poucos, com paciência, foram reconstruindo sua organização. Com o tempo se tornaram tão fortes, todos juntos, que puderam voltar a fazer greves, retomaram os sindicatos, derrubaram a ditadura. Hoje temos que repetir o mesmo processo.

Fale conosco
Se você concorda com o que dissemos e quer fazer alguma coisa, procure o Avante, Bancários! (Facebook: www.facebook.com/avntbancarios). Seu nome não será revelado, e juntos encontraremos meios de enfrentar os problemas.


CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO, CONSTRUIR A GREVE GERAL!

Está em votação no Congresso o PL 4330, que autoriza a terceirização para qualquer área das empresas. Se esse projeto for aprovado, as empresas vão poder demitir seus trabalhadores e recontratar em empresas terceirizadas. Trata-se de um gigantesco ataque contra todos os trabalhadores, pois:
- os terceirizados recebem salários em média 30% menores;
- trabalham em média 3,4 horas a mais por semana;
- sofrem 4 em cada 5 acidentes de trabalho;
- são vítimas de fraudes das empresas que não recolhem FGTS, INSS, não pagam férias, atrasam salários, etc.
O PL 4330 é só mais um dos ataques contra os trabalhadores que estão sendo preparados. O governo do PT está propondo também cortar os abonos do PIS, as pensões por morte e o seguro desemprego (Medidas Provisórias 664 e 665). Temos que nos unificar e lutar contra todos os ataques do governo e dos patrões!
Enquanto PT, PSDB, PMDB brigam para ver quem é mais corrupto e mais útil aos patrões, nós trabalhadores temos que lutar juntos, a partir de cada categoria.
Exigimos da direção do sindicato a realização de assembleia para discutir um plano de lutas contra o PL 4330 e os demais ataques!
Temos que tomar medidas para buscar a unidade entre bancários, professores (em greve há 40 dias), petroleiros, Correios, e construir uma greve geral!

- Retirada do PL 4330 e toda forma de flexibilização! Fim da Terceirização! Incorporação de todos os terceirizados às empresas-mãe, com os mesmos direitos! Efetivação com os mesmos direitos de todos os temporários, estagiários e trainees!
- Salário igual para trabalho igual! Por trabalho e salário dignos para as mulheres, negros, negras e LGBTs!
- Retirada da Mps 664 e 665, contra os cortes no PIS, pensões e Seguro Desemprego!
- Chega de desemprego! Redução da Jornada de Trabalho Sem Redução dos Salários até que haja empregos para todos! Estatização sem indenização e sob controle dos trabalhadores das empresas que ameacem demitir ou se mudar!
- Não Pagamento da Dívida Pública e investimento desse dinheiro nos serviços públicos sob controle dos trabalhadores!
- Continuar e aumentar a mobilização! Unificar as Lutas e Construir a Greve Geral Pela Base!




O que é ruim para os bancários é ruim para o Brasil


Texto sobre a nomeação de Joaquim Levy, do Bradesco, para o Ministério da Fazenda, em dezembro de 2014


Os banqueiros no comando da economia
Assim que tomou posse como ministro da fazenda o diretor do Bradesco anunciou cortes no seguro desemprego, nos abonos do PIS e nos benefícios dos pensionistas do INSS. O objetivo é economizar dinheiro para o pagamento da dívida pública. Ou seja, desviar dinheiro que iria atender às necessidades da população diretamente para o bolso dos banqueiros e especuladores. Essa dívida é uma fraude, nunca pegamos esse dinheiro emprestado, e mesmo pagando uma fortuna todos os anos ela não pára de aumentar, porque os juros são determinados por um comitê do Banco Central controlado pelos próprios banqueiros e especuladores. Por mais que o governo siga pagando a dívida (mais de 1 trilhão de reais em 2015), a situação da economia não melhora, como demonstra a demissão de centenas de metalúrgicos pela Volkswagen e Mercedes no ABC.
Temos que ser solidários à luta dos metalúrgicos, que saíram em greve contra as demissões, e defender a redução de jornada sem redução de salário, para que haja emprego para todos. Da mesma forma, temos que fortalecer o movimento contra o aumento da tarifa do transporte público. Os números do orçamento mostram que existe dinheiro de sobra para termos transporte público gratuito e de qualidade. Mas para isso seria preciso romper com os interesses patronais e priorizar os trabalhadores. Entretanto, nem os governos do PT nem seus opositores do PSDB vão romper com bancos, empreiteiras, montadoras, latifundiários, etc. Somente com a ação coletiva e organizada dos trabalhadores, de maneira independente e em oposição aos governos do PT e PSDB, poderemos obter conquistas.

O que é ruim para o Brasil é ruim para os bancários.
Os funcionários do BB, CEF, BNB e BASA, bancos controlados pelo governo federal, são hoje, na prática, subordinados do Bradesco, através do ministério da fazenda. Os banqueiros e especuladores querem formatar os bancos públicos a sua imagem e semelhança. A presidente Dilma anunciou que vai abrir o capital da CEF e transformá-la numa SA, como já é o BB, que tem ações vendidas em bolsa. Isso representa na verdade um passo na direção da privatização, que já está avançada no BB, em que a maioria acionária (cada vez menor, pois o governo vende sucessivos lotes de ações) é estatal, mas a lógica da gestão é privada, com a busca do lucro a qualquer custo e a exploração de funcionários e clientes.
O modelo já vigente no BB será implantado na CEF, com prejuízos para os bancários e a sociedade. Esse é o significado das várias reestruturações que são desencadeadas a todo o momento nos bancos públicos, extinguindo setores, transferindo compulsoriamente os funcionários, retirando comissões, etc. Contra esses ataques por partes, temos que lutar como um todo. Temos que olhar além do imediato e ver a situação da nossa categoria como um todo. Temos que fazer como várias categorias que estão saindo em greve no ultimo período, como os metalúrgicos da Volks, os funcionários da USP, os metroviários de São Paulo, garis do Rio, professores em muitas cidades, construção civil, etc.

Para conter a organização e as lutas dos trabalhadores o governo e os patrões estão atacando os ativistas e militantes que organizam os trabalhadores a partir da base. Isso aconteceu com os 42 trabalhadores do metrô demitidos na greve de 2014, cuja luta pela reintegração continua, e acontece também na categoria bancária. São vários os casos de perseguição contra ativistas, delegados sindicais, cipeiros e lideranças que estão organizando a resistência dos bancários a partir dos locais de trabalho. O método da perseguição é a instauração de processo administrativo tentando criar pretexto para demissão. Os processos não tem como base nenhuma falha em serviço e sim ações que dizem respeito justamente à função de delegados sindicais e representantes, tais como reuniões com os colegas, divulgar textos, organizar paralisações, etc.
No BB temos a companheira Juliana, do complexo São João, e Israel Fernandez, do complexo Verbo Divino, que estão respondendo a processo, como já aconteceu com os companheiros Marcio Cardoso, do SAC, e Leticia, de Jandira, que foi demitida. Na CEF tivemos em 2013 a demissão do companheiro Messias, de Osasco, que foi revertida graças a uma ampla campanha do movimento, e agora temos o processo contra o companheiro Diogo, da ag. .
Temos que barrar esses ataques e nos colocar em defesa desses companheiros. O ataque a eles não é apenas aos indivíduos, mas ao conjunto dos bancários, pois é a partir da organização nos locais de trabalho, que eles representam, que temos condições de resistir contra as reestruturações e outras medidas que nos prejudicam. Mesmo porque a direção do sindicato, que é do PT, não tem a intenção de enfrentar de fato os bancos, que estão no ministério do governo do PT.


Nota da FNOB sobre o dia da isonomia da Contraf-CUT

“Dia de luta pela isonomia” da Contraf passa em branco e mostra descaso!
O chamado “Dia Nacional de Luta por isonomia de direitos entre todos os empregados da Caixa Econômica Federal”, nome pomposo para uma atividade inócua e governista marcada pela Contraf-CUT com o único propósito de simular fazer alguma coisa sobre um direito que ela mesma ajuda a esquecer e negligenciar em todas as campanhas salariais, acabou sendo um fracasso!
Marcado para o dia 11/09, foi marcado por cancelamentos da atividade (como em Brasília, principal concentração e sede da Caixa, onde nada aconteceu!) e por meia dúzia de diretores sindicais posando para fotos em algumas poucas localidades. Mais do que não servir para nada, estas pseudomanifestações, que se resumiram a estender faixas para registrar fotos sorridentes de dirigentes afastados da base, só cumpriram o papel de direcionar esta luta para o caminho institucional, já comprovadamente fracassado.
Em 10 anos de tramitação dos famigerados projetos da isonomia, eles já foram engavetados 2 vezes, e, da última seu relatório foi recusado. Justamente por um deputado do PT! O mesmo partido que comanda a Contraf-CUT...
A Frente Nacional de Oposição Bancária denuncia esta farsa promovida pelos sindicalistas pelegos ligados ao PT e ao PCdoB, que só pensam em reeleger Dilma e não têm como justificar a não concessão da isonomia, em 12 anos de governos do PT.

http://frentedeoposicaobancaria.org/noticias/encontro-da-isonomia-da-contraf-e-mais-um-engodo/

Inimigos da Isonomia
A Contraf-CUT, além de não fazer nada concreto pela isonomia, e de marcar atividades sem a participação da base, que são desmarcadas ou servem tão somente para registrar fotos publicitárias, presta, na prática, um desserviço à isonomia e se constitui como inimiga da luta por este direito.
Isso ocorre à medida que a Contraf-CUT, ao invés de uma postura combativa, exigindo a aplicação deste direito, faz o contrário: age como cabo eleitoral do PT e propagandista de que tudo já está ótimo e o governo só garante conquistas!
Segundo o site desta federação traidora dos bancários, há conquistas em todos os anos de PT, conforme uma tabela publicada em seu site, que ocupa uma página elencando supostos avanços; para, só ao final, em pouquíssimas linhas, reconhecer “o que ainda falta para conquistar”, listando apenas a Licença-prêmio e o Adicional por Tempo de Serviço (ATS) ou anuênio, correspondente a 1% do salário-padrão a cada ano trabalhado até 35 anos de atividade.
Nenhum governista conseguiria ser tão complacente com os patrões e responsáveis por acabar com a isonomia como a Contraf-CUT faz. Fica evidente que, com este pessoal, é impossível avançar em qualquer coisa.

Por uma campanha de verdade
            A luta pela isonomia, tanto quanto a licença-prêmio e o anuênio, engloba o direito a um plano de Benefício Definido de Previdência para os novos funcionários, o fim das perseguições aos empregados que seguem no plano Reg/Replan, a isonomia no que trata das VP, e a isonomia entre os empregados da ativa e os aposentados (paridade no salário, reajustes, benefícios, tickets, etc).
            E isso só pode se tornar realidade através de uma campanha nas ruas e nos piquetes de greve pela isonomia, como parte de uma campanha alternativa sustentada numa pauta alternativa, que exige 35% de reajuste, a reposição das perdas, PLR linear, estabilidade no emprego, fim das metas e do assédio, piso do Dieese, redução da jornada de trabalho e isonomia de verdade!       


Jornal para a campanha salarial 2014


TOMAR A CAMPANHA SALARIAL EM NOSSAS MÃOS!

A data base da campanha salarial dos bancários é 1º de setembro, mas até agora estamos ainda na fase de negociação. O Comando Nacional que negocia em nosso nome é formado por dirigentes sindicais da CUT que se acostumaram a tratar a nossa campanha salarial como algo que é resolvido por eles, na cúpula, e não por nós bancários. Por isso, os espaços de participação e decisão são cada vez menores para nós bancários de verdade, que estamos no dia a dia das agências e departamentos. Nós que suportamos a cobrança dos gestores, a pressão dos clientes, o excesso de serviço, sofremos o adoecimento físico e psicológico, nós é que devemos decidir os rumos da campanha!

Precisamos de democracia e organização!
Os dirigentes sindicais da Contraf-CUT realizaram seu Congresso em julho e inventaram uma pauta de reivindicações muito rebaixada, que reivindica apenas 12,5% e não toca nas questões centrais que afetam o dia a dia dos bancários, mas não submeteram essa pauta à aprovação em assembleia na maior parte do país. Na principal base do país, a de São Paulo, Osasco e região, os bancários não tiveram sequer a oportunidade de conhecer outras propostas, como a pauta da Frente Nacional de Oposição Bancária, FNOB, que reivindica 35% de reajuste imediato (perdas acumuladas nos bancos privados + lucratividade dos bancos), plano de reposição de perdas, estabilidade no emprego para funcionários de bancos públicos e privados, fim de todas metas e do assédio moral, mais contratações, etc.
Além de não realizar assembleia para discutir a pauta, os dirigentes da CUT também não demonstram a mínima disposição para lutar pela pauta que eles mesmos inventaram. Numa negociação com os patrões, os trabalhadores tem uma arma decisiva, que é a ameaça de greve, para obrigar a conceder as reivindicações. Mas para que essa ameaça tenha efeito, é preciso que haja um processo de organização para a greve, e isso não está acontecendo, não há sequer um calendário de mobilização.
Outras categorias, como correios, petroleiros e metalúrgicos também estão em campanha salarial na mesma época que os bancários. Precisamos unificar as lutas! Correios já tem um indicativo de greve para o dia 17/09. Defendemos assembleias para discutir um plano de lutas e aprovar um indicativo de greve para o dia 17!

Pela independência dos trabalhadores!
A greve é a máxima demonstração de força dos trabalhadores, e precisa de preparação e organização, com reuniões nos locais de trabalho, plenárias por banco e por região, assembleias, etc., para que a categoria possa decidir sobre sua luta. É preciso também trazer a população para o lado dos bancários, mostrando que lutamos por melhores condições de trabalho para nós e melhor atendimento para o público em geral.
A falta de empenho dos dirigentes sindicais da CUT na preparação da luta não é simples incompetência, engano ou acidente, mas resulta do fato de que eles tem uma prioridade, e não é a organização dos trabalhadores. Eles defendem os interesses do seu partido nas eleições, o PT, e não os dos trabalhadores. Nós bancários não devemos ter esperanças de que qualquer candidatura, PT, PSDB ou PSB possa melhorar a nossa vida. Todos esses partidos governam para a classe capitalista, em especial para os bancos, que lucram absurdamente, não importa quem esteja no poder.
Devemos confiar apenas em nossa própria organização em luta! A FNOB defende um sindicalismo independente dos patrões, partidos e governos, a serviço dos trabalhadores, contra a traição e peleguismo da CUT. Defendemos:
- assembleia para aprovar um plano de luta e indicativo de greve para o dia 17/09!
- que os bancários possam falar nas assembleias e defender suas propostas!
- eleição de representantes de base na mesa de negociação!

RETOMAR A LUTA POR ESTABILIDADE NO EMPREGO!

Na base de São Paulo, Osasco e Região cerca de 80% dos trabalhadores estão nos bancos privados. A imensa maioria dos bancários da nossa base se acostumou a ver a campanha salarial como algo que é feito pelo sindicato em seu nome, que não precisa da sua participação e envolvimento pessoal. Isso acontece por dois motivos principais:
Primeiro, porque os próprios dirigentes sindicais incentivam a não participação dos bancários, tratam as campanhas salariais exatamente dessa forma, como algo que diz respeito a eles e não aos trabalhadores. Assim, a grande maioria dos bancários não acompanha o que a diretoria do sindicato faz ou deixa de fazer, nem nas greves, nem no dia a dia. E como os bancários na maioria não acompanham, não fazem cobranças à diretoria por não cumprir o seu papel.
Segundo, os bancos (assim como toda a classe capitalista e os meios de comunicação a seu serviço) bombardeiam diariamente os bancários com a ideia de que a sua melhoria de vida depende de esforço individual e não de ações coletivas. Com isso, os trabalhadores veem os colegas como competidores pelos cargos melhor remunerados, e não como companheiros que partilham a mesma realidade. Mas acontece que não haverá cargos para todos, e a maioria vai ficar pelo caminho!
Por esses motivos, a maioria dos bancários da nossa base não participa das campanhas. Há a ideia de que quem faz greve ou se manifesta contra a empresa será demitido. Mas as demissões acontecem de qualquer forma! Todos os anos milhares de bancários são demitidos, não importa se fazem ou não fazem greve, se tem muitos anos na empresa ou não, o quanto se dedicaram, etc. Os bancos não se preocupam com a vida dos seus funcionários e sim com o lucro a qualquer custo. Para os que ficam, resta um ambiente permanente de medo, o assedio moral dos gestores, o excesso de serviço e o adoecimento físico e psicológico.
É para lutar contra essa realidade que existe o sindicato! O sindicato somos todos nós, bancários, que vivemos essa realidade no dia a dia, ele não pertence à diretoria. Nós bancários devemos colocar como prioridade em todas as campanhas a luta pela estabilidade no emprego. Em muitas categorias há acordos em que se estabelece a proibição das empresas demitirem. Isso seria o ponto de partida para lutar por mais conquistas, e deveria ser um dos pontos principais da nossa pauta. Mas se a diretoria do sindicato não cumpre o seu papel, façamos nós mesmos o que nos diz respeito. Entre em contato conosco, vamos encontrar juntos maneiras de lutar!

CONTRA O ATAQUE À ORGANIZAÇÃO DE BASE! CONTRA O ASSEDIO MORAL!

A gestão privatista que está implantada no BB comanda o banco como se fosse privado, visando o lucro a qualquer custo, com juros abusivos, tarifas extorsivas e venda casada de “produtos bancários”. Essa gestão privatista precisava tentar quebrar a resistência do funcionalismo e para isso foi fundamental isolar o setor dos caixas.
A partir da criação do PSO, os caixas deixam de estar subordinados à gerência das agências e passam a responder a uma central remota, que comanda dezenas de caixas e gerentes de serviço em dezenas de agências diferentes. Isso trouxe um brutal enfraquecimento da organização de base nas agências. Agora, nem os caixas podem eleger representantes próprios, já que estão espalhados e não se conhecem, nem podem ser eleitos para representar as agências, já que o número de delegados sindicais está limitado pelo total do prefixo. Há caixas que são eleitos delegados sindicais pelas agências, mas não são recohecidos pelo banco, porque pertencem ao PSO.
Trata-se de uma evidente tentativa do banco de evitar a organização do segmento mais combativo do funcionalismo. Os caixas tiveram uma adesão de cerca de 90% na última greve, o que demonstra o seu papel fundamental na luta. A única saída contra os ataques do banco é a organização e a mobilização coletiva! É preciso unificar todos os segmentos do funcionalismo do BB, pelas suas pautas específicas e pelas pautas gerais da categoria e do conjunto da classe trabalhadora. E para isso, precisamos de organização de base. Ou a direção do sindicato realiza novas eleições para delegados sindicais do PSO ou enfrenta o banco para que reconheça os delegados que foram eleitos pelas agências. A organização dos trabalhadores deve ser prerrogativa dos próprios trabalhadores, e não sujeita ao arbítrio do patrão! A direção do sindicato deve garantir a organização dos caixas do BB, para que possamos lutar ao lado e em conjunto com os demais!
Na CEF, essa mesma gestão privatista está também visando concorrer com os demais bancos e aplicando os mesmos métodos. Está sendo institucionalizado o assedio moral por meio da GDP, um sistema de avaliação com metas individuais. Com isso, a pressão dos administradores sobre cada trabalhador será muito maior! A GDP poderá ser usada também como mecanismo para perseguir ativistas, instalar processos administrativos, demitir, enquadrando os trabalhadores. Temos que resistir a esse ataque e barrar o conjunto do projeto privatista em aplicação no BB e CEF!


Nota sobre o PSO (caixas do Banco do Brasil)


DIREÇÃO DO SINDICATO NÃO RESPONDE AO ATAQUE DO BANCO DO BRASIL À ORGANIZAÇÃO DE BASE!

A gestão privatista que está implantada no BB comanda o banco como se fosse privado, visando o lucro a qualquer custo, com juros abusivos, tarifas extorsivas e venda casada de “produtos bancários”. Os lucros bilionários do BB são usados pelo seu acionista majoritário, o Tesouro Nacional, para pagar a dívida pública (que consome 40% da arrecadação do Estado, em detrimento da saúde, educação, transporte e demais serviços públicos), ou seja, vão parar direto no bolso dos grandes especuladores nacionais e internacionais, que é para quem, no final das contas, nós trabalhamos. Essa gestão foi iniciada nos governos do PSDB, foi mantida idêntica pelos governos do PT, e não seria alterada com uma eventual vitória do PSB. Todos esses partidos governam para a classe capitalista, favorecendo em especial o seu setor mais poderoso, os banqueiros.
O BB é um banco público apenas nominalmente, porque seu acionista majoritário é o Estado, mas o seu modo de funcionamento já é idêntico ao dos bancos privados. Para aumentar os lucros, além de explorar os clientes, é preciso explorar também os funcionários, que convivem com perdas salariais acumuladas (cerca de 80% em relação à implantação do real em 1994), fim do plano de carreira, sucateamento da CASSI, etc. No dia a dia os funcionários enfrentam a sobrecarga de serviço devido à falta de contratações e à cobrança de metas. O assédio moral sistemático está institucionalizado como ferramenta de administração. Como recompensa, os gerentes, superintendentes, diretores, toda a cúpula do banco, recebe participações nos lucros milionárias, comportando-se como se fossem donos da empresa, no que se refere ao autoritarismo e à cobrança de metas.

Essa gestão privatista precisava tentar quebrar a resistência do funcionalismo e para isso foi fundamental isolar o setor dos caixas. Desde a retomada das greves na categoria bancária, em 2003, os caixas do Banco do Brasil foram durante muitos anos a vanguarda da luta nas agências, fornecendo a maioria dos ativistas e delegados sindicais. Os caixas eram decisivos para parar as agências nas greves e estimular escriturários e assistentes a parar também. As reestruturações do BB em 2007 e especialmente a implantação do PSO em nível nacional a partir de 2011 foram ataques decisivos contra esse segmento do funcionalismo.
A partir do PSO, os caixas deixam de estar subordinados à gerência das agências e passam a responder a uma central remota, que comanda dezenas de caixas e gerentes de serviço em dezenas de agências diferentes, podendo inclusive deslocá-los de um local de trabalho para outro. Muitos caixas do BB consideram que houve alguma melhora nas condições de trabalho com o PSO devido à autonomia em relação à alguns aspectos do serviço. Entretanto, é preciso observar o quadro geral e entender a lógica do projeto privatista que está em aplicação no banco. O isolamento dos caixas em relação às agências, em longo prazo, abre caminho para que a função de caixa seja terceirizada ou assumida por correspondentes bancários, sendo extinta das agências.

A criação do PSO trouxe um brutal enfraquecimento da organização de base nas agências, independentemente do que venha a acontecer em relação a essa função ser extinta no futuro ou não. Como dissemos acima, a maior parte dos delegados sindicais e ativistas nas agências eram caixas. Agora, o banco interpreta literalmente o acordo de trabalho e trata o PSO como se fosse um só local de trabalho, um único prefixo, com direito a um número limitado de delegados sindicais, mesmo que os funcionários subordinados a este prefixo estejam espalhados por dezenas de locais. Assim, nem os caixas podem eleger representantes próprios, já que estão espalhados e não se conhecem, nem podem ser eleitos para representar as agências, já que o número de delegados está limitado pelo total do prefixo. Há caixas que são eleitos delegados sindicais pelas agências, mas não são reconhecidos pelo banco, porque pertencem ao PSO.
Trata-se de uma evidente ingerência do banco no processo de organização dos trabalhadores. Essa medida administrativa do banco não é apenas uma mudança “inocente” na sua estrutura interna, ela tem a intenção explícita de evitar a organização do segmento mais combativo do funcionalismo da empresa. Os caixas tiveram uma adesão de cerca de 90% na última greve, o que demonstra o seu papel fundamental na luta. Ou a direção do sindicato enfrenta o banco para que libere os delegados sindicais eleitos, ou faz nova eleição para que o setor do PSO possa eleger representantes próprios. A direção não fez nem uma coisa nem outra, simplesmente pediu que alguns delegados sindicais eleitos declinassem do cargo para se encaixar no número previsto pelo banco.

Esse tipo de resposta é só mais um exemplo de como esta direção sindical não tem a intenção de organizar os trabalhadores e enfrentar de fato a gestão instalada no banco. E isso não é simples incompetência ou acidente, mas decorre do fato de que os dirigentes do sindicato tem um lado, e não é o dos trabalhadores. Eles pertencem ao PT, partido que comanda o governo federal há 12 anos e portanto comanda também os bancos (nominalmente) públicos. Os dirigentes sindicais da CUT estão mais preocupados com os interesses do seu partido do que com o dos trabalhadores que deveriam representar!
A única saída contra os ataques do banco é a organização e a mobilização coletiva! É preciso unificar todos os segmentos do funcionalismo do BB, pelas suas pautas específicas e pelas pautas gerais da categoria e do conjunto da classe trabalhadora. E para isso, precisamos de organização de base. Ou o sindicato realiza novas eleições para delegados sindicais do PSO ou enfrenta o banco para que reconheça os delegados que foram eleitos pelas agências. A organização dos trabalhadores deve ser prerrogativa dos próprios trabalhadores, e não sujeita ao arbítrio do patrão. O sindicato deve garantir a organização dos caixas do BB, para que possamos lutar ao lado e em conjunto com os demais!

* Contra a ingerência do banco na organização dos trabalhadores! Pelo reconhecimento dos delegados sindicais!

* Reuniões periódicas e deliberativas de delegados sindicais!

* Retomar a luta pelo fim do PSO e pela reincorporação dos caixas às agências, com a dotação adequada! Fim das metas e do assédio moral!

* Retomar a luta por toda a pauta específica do BB:

- Por um plano de reposição das perdas salariais acumuladas (80%)!
- Isonomia entre funcionários novos, antigos e incorporados, garantindo-se o que for mais vantajoso para o trabalhador!
- Volta do pagamento das substituições!
- Contra o sucateamento da CASSI! Revogação da reforma estatutária de 2007 e pagamento da dívida do banco!
- Plano 1 da PREVI para todos!
















Boletim para o PSO (caixas do Banco do Brasil)


BOLETIM PSO – AGOSTO 2014

            Desde a retomada das greves na categoria bancária, em 2003, os caixas do Banco do Brasil foram durante muitos anos a vanguarda da luta nas agências, fornecendo a maioria dos ativistas e delegados sindicais. Os caixas eram decisivos para parar as agências nas greves e estimular escriturários e assistentes a parar também. As reestruturações do BB em 2007 e especialmente a criação do PSO em 2011 foram ataques decisivos contra esse segmento do funcionalismo.

            A gestão privatista que está implantada no BB comanda o banco como se fosse privado, visando o lucro a qualquer custo, com juros abusivos, tarifas extorsivas e venda casada de “produtos bancários”. Os lucros bilionários do BB são usados pelo seu acionista majoritário, o Tesouro Nacional, para pagar a dívida pública, ou seja, vão parar direto no bolso dos grandes especuladores nacionais e internacionais, que é para quem, no final das contas, nós trabalhamos.
            Para aumentar esses lucros, além de explorar os clientes, é preciso explorar também os funcionários, que convivem com perdas salariais acumuladas (cerca de 80% em relação à implantação do real em 1994), fim do plano de carreira, sucateamento da CASSI, etc. No dia a dia os funcionários enfrentam a sobrecarga de serviço devido à falta de contratações e à cobrança de metas. O assédio moral sistemático está institucionalizado como método de gestão.

            Essa gestão privatista precisava tentar quebrar a resistência do funcionalismo e para isso foi fundamental isolar o setor dos caixas, através do PSO. Muitos colegas caixas consideram que houve alguma melhora nas condições de trabalho com o PSO. Afinal não há mais interferência dos gerentes das agências no serviço, os malotes foram reduzidos e normatizados, há uma sensação de maior autonomia dos trabalhadores, etc.
            Entretanto, é preciso observar o quadro geral e entender a lógica do projeto privatista que está em aplicação no banco. O isolamento dos caixas em relação às agências, em longo prazo, abre caminho para que a função de caixa seja terceirizada ou assumida por correspondentes bancários, sendo extinta das agências.

            No curto prazo, o efeito imediato do PSO foi um ambiente de estranhamento entre o pessoal das agências e do PSO, como se se tratasse de empresas diferentes. Como ambos os setores estão sujeitos a metas, não é comum que surja uma hostilidade velada, uma competição mais ou menos disfarçada. Existem agências em que não há funcionários fazendo triagem do público ou emitindo as senhas do GAT. Com isso, o público deságua diretamente no caixa pedindo informações ou serviços que não pertencem ao setor, sobrecarregando as filas, sendo que os caixas são cobrados exatamente por tempo de atendimento. Da parte das agências, existe a concepção de que os caixas só atrapalham as metas, porque não se dobram a certas exigências de clientes especiais, seguem os seus normativos e não as conveniências negociais. Ou o que é pior, os caixas “não dão resultado” para o banco, o que seria muito “grave”, uma vez que boa parte dos funcionários já interiorizou a ideia de que o banco deve dar lucro a qualquer custo.

            A criação do PSO trouxe um brutal enfraquecimento da organização de base nas agências, independentemente do que venha a acontecer em relação a essa função ser extinta no futuro ou não. Como dissemos acima, a maior parte dos delegados sindicais e ativistas nas agências eram caixas. Agora, nem os caixas tem representação própria, já que não há delegados sindicais do PSO, nem podem de fato se candidatar para representar as agências. O banco trata o PSO como se fosse um “prédio” e libera apenas o número de delegados que cabe a este “prédio”, não reconhecendo os demais eleitos pelas agências.
            A separação do funcionalismo do banco em segmentos estranhos e até opostos traz conseqüências danosas para todos. Foi o que vimos na reestruturação de 2013, que enterrou a luta pela 7ª e 8ª horas dos comissionados, e que não foi combatida como se deve, por uma greve de fato, já que se estabeleceu a cultura de que “comissionado não faz greve”. Agora, o prejuízo fica para todos os que vierem a assumir comissões.

            A única saída contra os ataques do banco é a organização e a mobilização coletiva! É preciso unificar todos os segmentos do funcionalismo do BB, pelas suas pautas específicas e pelas pautas gerais da categoria e do conjunto da classe trabalhadora. E para isso, precisamos de organização de base. Ou o sindicato realiza novas eleições para delegados sindicais do PSO ou enfrenta o banco para que reconheça os delegados que foram eleitos pelas agências. A organização dos trabalhadores deve ser prerrogativa dos próprios trabalhadores, e não sujeita ao arbítrio do patrão. O sindicato deve garantir a organização do  nosso setor, para que possamos lutar ao lado e em conjunto com os demais!

* Contra a ingerência do banco na organização dos trabalhadores! Pelo reconhecimento dos delegados sindicais!

* Reuniões periódicas e deliberativas de delegados sindicais!

* Retomar a luta pelo fim do PSO e pela reincorporação dos caixas às agências, com a dotação adequada! Fim das metas e do assédio moral!

* Retomar a luta por toda a pauta específica do BB:

- Por um plano de reposição das perdas salariais acumuladas (80%)!
- Isonomia entre funcionários novos, antigos e incorporados, garantindo-se o que for mais vantajoso para o trabalhador!
- Volta do pagamento das substituições!
- Contra o sucateamento da CASSI! Revogação da reforma estatutária de 2007 e pagamento da dívida do banco!
- Plano 1 da PREVI para todos!


Panfleto do Avante, Bancários! para a Bradesco - Cidade de Deus - Osasco, 2014

O que é o Avante Bancários?
Somos uma frente de oposição bancária, com agrupações que atuam na CEF e BB, que se formou a partir da luta contra a tentativa da CEF em demitir por justa causa o Messias Américo, por defender os direitos dos trabalhadores e lutar por melhores condições de trabalho e atendimento à população.
Somos oposição à direção atual do nosso sindicato pois entendemos que esta está totalmente “articulada” com o governo e as direções dos bancos. Governo que tem feito banqueiros e construtoras lucrarem como nunca se viu neste país e, embora diga que criou muitos empregos, não diz que a maioria são de postos precários. Por outro lado, temos visto qual tem sido o tratamento aos trabalhadores que decidem ir à luta.
Na greve do ano passado rompemos com o “script” que todo ano o sindicato tenta impor. Diferente dos piquetes “queijo suíço” onde entram os grandes figurões, conseguimos impor em alguns locais piquetes de verdade com trancamentos totais, colocando lado a lado questões de trabalhadores efetivos e terceirizados. No Telebanco do Bradesco, conseguimos impor um piquete de verdade, sob controle dos trabalhadores em greve, mostrando quem tem realmente nas mãos o controle de todo o trabalho.
Para avançar em ações que possam realmente arrancar nossas reivindicações, precisamos nos organizar cada vez mais a partir de nossos locais de trabalho, com representantes da CIPA, delegados sindicais e, inclusive, encontrando outras formas de organização para debater quais serão os rumos da nossa greve.

Como o recente período de greves em 2014 podem deixar lições importantes para os bancários?
No último período, greves de diversas categorias vêm mostrando que importantes mudanças estão se gestando entre os trabalhadores. Desde a greve dos garis no RJ, passando pela greve dos motoristas e cobradores de ônibus em SP, temos visto como os trabalhadores tem enfrentado as amarras que as direções traidoras de seus sindicatos, há muito tempo ligadas aos patrões. Os trabalhadores questionaram com fortes greves, a maneira como suas próprias direções “negociam”, por fora dos interesses da categoria, em conchavo com os interesses patronais.
Acompanhamos também a  luta dos metroviários de São Paulo, que levaram a greve até seu 5º dia, se enfrentando com as chefias fura-greves, com os planos de contingência da empresa, com o TST que declarou a abusividade da greve e com a polícia, que reprimiu duramente os trabalhadores que exerciam seu direito de greve. Com a greve fortalecida a este ponto, toda a patronal e o governo já sabiam que uma vitória dos metroviários, setor estratégico da maior cidade do país, poderia incendiar outras categorias a seguirem o exemplo. Eles não quiseram sequer hesitar com essa possibilidade e levaram até o fim os ataques que culminaram na demissão de 42 metroviários.
A partir dessas experiências, é fundamental tirarmos lições para que os bancários possam tomar de volta a greve e a luta para si e não mais como uma realidade distante, que só o sindicato faz acontecer por fora de muitos interesses dos bancários.
Nos bancos privados, sabemos que há uma ditadura velada, onde a direção só tem compactuado com a ideia de que bancário de banco privado não pode fazer greve, deixando passar ataques ao direito de greve dos bancários, naturalizando as demissões como punição e naturalizando que elas ocorram independente dos bancários terem feito greve ou não, o que denuncia quanto está comprometida até o pescoço com os banqueiros.
Afinal, porque nas greves, o sindicato não coloca peso em construir um piquete de verdade na Cidade de Deus, que é a matriz do 2º maior banco privado do país e que poderia mudar a correlação de forças para conquistarmos nossas demandas?
É importante que cada bancário tome pra si a tarefa de discutir como e o que devemos fazer para contarmos e organizarmos nossas próprias forças para derrotar as amarras que nos impedem de lutar de fato pelas nossas demandas. E em ano de eleição, a direção do sindicato já começa a preparar suas amarras para a nossa luta, pois estará mais preocupada em garantir o bom andamento das eleições, e dar peso na campanha de seus candidatos e praticamente nenhum à campanha salarial.

Por isso, fazemos um amplo chamado a um encontro de bancários que organizaremos em agosto. Para, mais do que discutir a pauta (que a cada ano é decidida longe da realidade dos bancários), discutirmos quais devem ser os métodos para conseguirmos impor uma correlação de forças onde os bancários possam, de fato, retomar o controle da greve e da luta.