sábado, 21 de janeiro de 2012

Caixa Econômica Federal, uma falsa sustentabilidade


Texto de 2009

A título de esclarecimento queremos salientar que a exposição de dados a seguir sobre a Caixa Econômica Federal não possui nenhum caráter ufanista ou de exaltação. Até porque entendemos que a mesma não cumpre em quase nada ou cumpre muito aquém do possível e necessário o seu papel de Banco Público. È apenas constatação.
Prestes a completar 150 anos(2010), a CEF se consolida como um dos maiores bancos do país. Uma rede de mais de 1500 agencias, cerca de 9000 correspondentes bancários e mais de 15000 pontos de atendimento do Caixa Aqui. É um dos campeões em depósitos à vista e possui alguns produtos e serviços exclusivos como penhor, loterias, modalidades de depósitos judiciais e administração de fundos sociais com FGTS e PIS. Além é claro de atuar com destaque no credito imobiliário e funcionar concomitantemente com todas as prerrogativas de um banco comercial. Ainda recentemente (04.02.09) a Câmara dos Deputados votou a Medida Provisória de nº 443/2008 que autoriza a Caixa a adquirir participações em Bancos e Instituições Financeiras outras e atuar com Banco de Investimentos e ainda atuar com desenvoltura na Construção Civil. A medida valerá até 30.06.11, podendo ser prorrogada por mais um ano. Tudo isso somado e poderíamos ter a leitura de uma empresa sólida e com grandes perspectivas de crescimento no mercado, A PARTIR DO PONTO DE VISTA DO SISTEMA VIGENTE.
Talvez esteja justamente nesta leitura ufanista, a grande vulnerabilidade da empresa. Temos cada vez mais um mercado globalizado e com crise ou sem crise, a lógica capitalista por ser pragmática (além de na maioria das vezes insana) caminha sempre para os cartéis e oligopólios. A configuração do rancking brasileiro dos bancos nos apresenta um quadro de mega fusões. E a tendência é cada vez mais haverem menos concorrentes, gerando uma lógica perversa onde sempre quem perde é o bancário com o desemprego, rebaixamento de salários, acirramento das técnicas de assédio moral e pressão por superação de metas. Importante lembrar que o assédio moral é utilizado despudoradamente pelas organizações como uma ferramenta de gestão e tem por parte do conjunto das organizações dos trabalhadores ora o descaso, ora uma ação pífia que na maioria das vezes não traz resultado , além de contarem ainda os empresários, com a omissão e a conivência do Estado que também a pratica. Neste processo perde também a Sociedade como um todo, pois fusão de bancos é sinônimo de fechamento de agências, taxas e tarifas mais altas.
As recentes fusões e aquisições alteraram inclusive as posições no quadro das Corporações no que diz respeito ao tamanho e colocação. Santander com Real, Itaú com Unibanco, Banco do Brasil com Nossa Caixa colocam o Itaú destronando Banco do Brasil e Bradesco na primeira colocação. Isto leva à uma ação mais ofensiva por parte destes bancos e coloca Caixa na berlinda. Banco do Brasil e Caixa já compartilham sistemas, utilizam os mesmos correspondentes bancários (Casas Lotéricas), fazem licitações conjuntas e segundo fontes confiáveis a gestão da Caixa contaria já hoje, com a participação e assessoria de executivos do BB. Caixa e BB seriam noivos que já dormem juntos e faltaria apenas oficializar a união. Uma questão de tempo para o momento mais adequado. Para completar o quadro de indicadores dos perigos que cercam a sobrevivência da Caixa enquanto banco público e de fomento, temos além de tudo uma gestão temerária da empresa. A mesma insiste em “fortalecer” a área comercial em detrimento das operações ligadas ao social que têm inclusive um impacto muito mais significativo nos resultados da empresa. Complementando os riscos, a Caixa( banco público) possui parcerias com o Grupo Caixa Seguros de capital francês, que se utiliza dos empregados, do balcão, instalações, sistemas, da marca, da tradição e o resultado de tal parceria influencia muito pouco os resultados da Caixa. Algo estranho e no mínimo suspeito.
Para concluir é necessário mencionar as diretrizes e políticas equivocadas que vão desde as Políticas de Pessoal, com empregados de primeira e segundas categorias ate a valorização de gestores que parecem desconhecer a Ética e para permanecerem em seus cargos, além de aceitar submeter funcionários a um regime permanente de assédio moral, chegam inclusive (batimento de metas), a onerar a Caixa e clientes transferindo depósitos a vista, aplicações e poupança para o Grupo Caixa (francês) em Capitalização, Previdência e Seguros e nada acontece. Portanto aqueles que entendem necessária a continuidade da Empresa Pública com caráter social devem se organizar e agir independente das Instituições, inclusive as dos trabalhadores que têm se revelado omissas ,quando não coniventes.

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