quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Plenária dos bancários de São Paulo, Osasco e Região!


Convocatória da plenária de 10 de novembro

Plenária dos bancários de São Paulo, Osasco e Região!

Sobre as pendências da campanha salarial

Dia 10 de novembro de 2012, 14:00hs, no auditório do Sintrajud
(Rua Antonio de Godoi 88, 15º andar, em frente à igreja Santa Ifigênia, centro, São Paulo)

Terminada a campanha salarial, temos vários problemas não resolvidos.
Em primeiro lugar, o próprio fato de que a campanha, mal organizada e mal conduzida desde o começo, não teve forças para arrancar as verdadeiras reivindicações da categoria, como a reposição de perdas, isonomia, fim das metas e do assédio moral, plano de carrerira, etc. Ao contrário, conseguimos um mísero reajuste que a diretoria do sindicato chama de “aumento real”, uma cínica mentira, já que, além dos índices de inflação serem manipulados, o reajuste nem sequer arranha os gigantescos lucros dos bancos e menos ainda toca nas gigantescas perdas acumuladas.
Não bastasse isso, os bancos querem impor a compensação das horas de greve por meio de ameaças terroristas, numa clara tentativa de punir e intimidar os trabalhadores que fizeram greve para que não mais ousem lutar por seus direitos. A possibilidade da compensação das horas só existe porque é aceita pela diretoria do sindicato na mesa de negociação. A anistia dos dias parados deveria ser uma das questões de princípio, como acontece nas negociações de outras categorias. Mas a diretoria do sindicato, também nesse caso, aceita a cláusula da compensação, abrindo as portas para a repressão aos grevistas.
Da mesma forma, a diretoria abandona uma série de posições históricas, como a luta pela estabilidade no emprego para os trabalhadores dos bancos privados, a luta pela incorporação dos terceirizados ao quadro dos bancos, a luta contra a política de remuneração variável, etc. A sintonia entre a diretoria do sindicato e os bancos é tamanha que, para encerrar a greve, é preciso contar com o voto dos gerentes e fura-greves, em assembleias marcadas para a noite, pois os grevistas que estão no movimento jamais aceitariam as propostas que são trazidas.
Por tudo isso, fica evidente que não podemos contar com essa diretoria para nos apoiar nas nossas lutas. Da mesma forma, não podemos aceitar a superxploração, o excesso de trabalho, o assédio moral, o autoritarismo, a repressão, o adoecimento que estão massacrando os bancários. A única solução é tomarmos nós mesmos em nossas mãos tudo aquilo que nos diz respeito. Nós mesmos, trabalhadores, devemos nos organizar de maneira autônoma para evitar que derrotas como a deste ano continuem acontecendo.
A preparação de uma campanha salarial deve começar assim que termina a anterior. Assim, nós do Coletivo Bancários de Base estamos chamando os trabalhadores a se reunir e iniciar um movimento e um processo de debate para pensar em formas de termos uma campanha melhor em 2013. Não existe solução mágica para os nossos problemas. A solução deve partir da ação coletiva dos próprios trabalhadores bancários, através de um debate democrático, em que todos possam contribuir com ideias. Antecipar a preparação da campanha? Trabalho de “formiguinha”? Reuniões nos locais de trabalho? Panfletagens? Operação padrão? “Venda zero”? Carta aos clientes? Passeatas?
Não temos oportunidade de debater essas e outras ideias, por conta da ausência de espaços democráticos no nosso sindicato, em que a diretoria decide tudo, e decide contra os trabalhadores. Precisamos virar a mesa! Vamos mudar o roteiro dos últimos anos! Vamos ser protagonistas! Por isso, estamos chamando os bancários para participar da plenária deste sábado dia 10, que pode ser um ponto de partida para esse movimento.

Contra a compensação das horas de greve

Nota contra a política do Banco do Brasil de querer impor a compensação das horas da greve por meio de terrorismo sobre os funcionários.

Encerrada a campanha salarial de 2012, o Banco do Brasil está forçando os trabalhadores a compensar as horas da greve, por meio do assédio de gerentes e de nota pessoal vinda diretamente da diretoria, com ameaças de análise disciplinar.
Diante dessa atitude do Banco, precisamos reiterar os seguintes pontos:
1. A compensação não é obrigatória! Nenhum trabalhador é obrigado a ficar além do seu horário de trabalho para compensar horas de greve ou por qualquer outro motivo. A extensão de jornada por meio de horas extras só pode ser feita de comum acordo entre a gerência e o funcionário, conforme a CLT. O acordo coletivo não pode se sobrepor à CLT e por isso a cláusula sobre os dias parados diz também que, para que haja compensação, é preciso que haja acordo entre gerência e funcionário. Por isso, nenhum trabalhador deve ser obrigado a aceitar a compensação! Além disso, o mesmo acordo prevê que as horas de greve serão anistiadas depois de 15 de dezembro, como acontece todos os anos.
2. A tentativa de obrigar os trabalhadores a compensar as horas de greve é uma forma de punir os trabalhadores que fizeram greve, o que representa uma atitude anti-sindical, um atentado ao direito de greve exercido pelos trabalhadores. Com isso busca-se intimidar os trabalhadores e impedir que façam greve no ano seguinte. Esse tipo de prática é no mínimo uma hipocrisia por parte dos gestores, pois as conquistas de cada campanha salarial, o reajuste e os direitos que obtemos, também são extensivos a eles. A cobrança de compensação, o seu caráter de punição e a ameaça de medida disciplinar só podem partir de quem tem a mentalidade de se considerar dono do banco e se coloca acima dos interesses coletivos.
3. Essa tentativa de obrigar os trabalhadores a compensar as horas de greve só existe porque é aceita pelos dirigentes sindicais, que aceitam assinar o acordo com esse tipo de cláusula. É por isso que nós do Coletivo Bancários de Base lutamos em todas as campanhas para que o acordo só seja assinado quando se conseguir a total anistia de todos os dias parados! Essa é uma exigência básica de toda categoria em campanha salarial. Não podemos encerrar a greve sem que haja a garantia de que não haverá nenhum tipo de punição aos grevistas! Infelizmente, a direção do nosso sindicato nem sequer coloca em discussão nas assembleias as propostas que distoam do roteiro que essa própria direção já traçou para a campanhas.
Entendemos que é preciso romper com esse roteiro, pois não cabe à direção do sindicato e sim aos próprios bancários determinar o que os trabalhadores devem aceitar! Por isso, se o sindicato não cumpriu o seu papel durante a campanha salarial, que o cumpra depois!
Primeiro, exigimos a realização de reunião de delegados sindicais, plenária dos trabalhadores do Banco do Brasil ou mesmo uma assembleia da base de São Paulo para tirar uma posição clara: os trabalhadores não podem ser obrigados a compensar horas! Quem lutou por todos não merece ser punido!
E segundo, independentemente do que a diretoria do sindicato fizer, cabe a nós mesmos, trabalhadores do banco, desenvolver essa campanha em todos os locais de trabalho do Banco do Brasil, informando os colegas, convidando-os a participar e nos mantendo organizados.

São Paulo, novembro de 2012