domingo, 30 de agosto de 2015

Boletim para delegados sindicais do Banco do Brasil - junho 2015

ORGANIZAR A LUTA DOS FUNCIONÁRIOS DO
BANCO DO BRASIL

REUNIÃO DE DELEGADOS SINDICAIS – JUNHO 2015

POR REUNIÕES DELIBERATIVAS DE DELEGADOS SINDICAIS
O fórum de delegados sindicais é uma conquista da greve de 2003, que obrigou o banco a reconhecer a figura dos representantes por local de trabalho. As reuniões de delegados sindicais deveriam servir para organizar as lutas dos trabalhadores do BB, a partir de cada local de trabalho. Entretanto, a diretoria do sindicato transformou as reuniões num espaço meramente consultivo, em que as pessoas apenas trocam impressões, falam sobre o que estão vivendo nos seus locais, mas não se encaminha nada concreto. Às vezes, trazem um palestrante para falar, como se estivéssemos na escola, ou então dividem a reunião em grupos para tratar de temas diferentes, sem que haja uma garantia de que tudo que foi discutido vai ser aplicado.
Somos contra esse formato. Os delegados sindicais vivem a realidade do dia a dia dos locais de trabalho, e têm a responsabilidade de trazer as demandas dos trabalhadores que os elegeram e também levar das reuniões encaminhamentos que sejam propostas efetivas para enfrentar os problemas. Por isso defendemos:
- Reuniões com caráter deliberativo, ou seja, os delegados sindicais falam em nome dos locais que representam e as propostas que forem aprovadas em reunião devem ser executadas pela direção do sindicato;
- Reuniões periódicas mensais de delegados sindicais;
- Que os delegados sindicais tenham o direito de conduzir reuniões periódicas nos locais de trabalho sem a presença dos gestores, para tratar dos problemas de cada local, e também tenham espaço no quadro de aviso das agencias e departamentos para publicações de interesse da luta dos trabalhadores;
- Que os encaminhamentos das reuniões sejam publicados na Folha Bancaria, site e veículos de comunicação do sindicato, por uma comissão de redação eleita na reunião;

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CONTRA A PROPOSTA DO BB PARA A CASSI
O Banco do Brasil apresentou recentemente aos funcionários a sua proposta para supostamente resolver o déficit da CASSI. A proposta tem dois pontos principais.
Primeiro, transfere um valor de R$ 5,8 bilhões (aprovisionado no balanço do banco para cobrir as contribuições para a CASSI nos anos futuros), para um fundo da BBDTVM, subsidiária do banco que atua no mercado de títulos e ações. Segundo, institui o “Mecanismo Extraordinário de Rateio”, que cobra dos associados, em 12 parcelas mensais, o valor necessário para repor o déficit que houver num determinado ano.
Somos contra essa proposta. Ela busca apenas eximir o banco de sua responsabilidade com a sustentação da CASSI, repassando para os trabalhadores. Se esses R$ 5,8 bilhões estão aprovisionados em balanço, certamente estão aplicados para se proteger da corrosão da inflação. Se já estão aplicados e protegidos, porque repassar a sua gestão para a BBDTVM? Isso serviria apenas para que o banco não fosse cobrado no futuro. Além disso, a CASSI se tornaria uma cliente da BBDTVM? Pagaria taxa de administração por esse fundo? Qual seria a vantagem para a CASSI? A remuneração atual do valor aprovisionado já não é suficiente? Em relação ao rateio, é uma forma indireta de aumentar a contribuição dos funcionários para a CASSI, sem dar esse nome.
Na verdade, nada disso seria necessário, se o banco pagasse a reposição das nossas perdas salariais acumuladas desde 1994, que chegam a cerca de 90%. Se esse reajuste fosse aplicado ao nosso salário, isso aumentaria proporcionalmente o volume de recursos destinados para a CASSI, tanto a parcela dos funcionários como a parcela do banco. Muitos acham que um reajuste salarial de 90% parece exagerado ou descabido. Mas ninguém acha exagerado o lucro do banco, que saltou de R$ 869 milhões em 1998 (ano da criação dos funcionários "genéricos", que ganham menos e fazem o mesmo serviço) para R$ 11 bilhões em 2014, um salto de mais de 1.200%!
Na verdade, não existe déficit da CASSI, existe um brutal arrocho sobre os trabalhadores. Além disso, precisamos destacar que o banco é na verdade o principal responsável pelo adoecimento dos funcionários, por meio do excesso de serviço, cobrança de metas, assédio moral, etc. O banco adoece os funcionários e quer que paguemos a conta!
Defendemos:
- Nenhuma medida que implique aumento da contribuição dos funcionários para a CASSI!
- Revogação da reforma estatutária de 2007, fim da co-participação, cobrança da dívida do BB para a CASSI!
- Por um plano de reposição das perdas salariais acumuladas (90%) desde o plano real!
- Isonomia entre funcionários novos, antigos e incorporados, garantindo-se o que for mais vantajoso para o trabalhador!
- Fim das metas e do assédio moral, e do modelo de banco de mercado!
- Por um Banco do Brasil efetivamente público e a serviço das necessidades dos trabalhadores!

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UNIFICAR AS LUTAS E CONSTRUIR A GREVE GERAL
O Brasil vive uma situação de crise. Tudo o que vemos no universo da política, as disputas entre os partidos, os escândalos no noticiário, tudo isso tem a ver com essa crise. E nós trabalhadores temos que tomar posição e nos colocar em luta.
A crise começar pela economia. O modelo que vem sendo aplicado pelos governos do PT não está mais funcionando. Esse modelo estava baseado nas exportações de grãos e minérios, de um lado, e no consumo interno, por outro. E o consumo interno, por sua vez, estava baseado na expansão do crédito e no endividamento, não no crescimento real da renda dos trabalhadores. Agora, com a queda das exportações devido aos problemas da economia mundial, e a impossibilidade de aumentar o endividamento, não é mais possível manter o crescimento. A inflação volta a disparar e também o desemprego. A ideia de que é possível um capitalismo “bom para todos”, com lucros para os grandes empresários e ao mesmo tempo com os trabalhadores tendo acesso ao consumo, está indo por água abaixo.
O capitalismo só beneficia uma classe social, os grandes empresários, e quando estes não estão mais satisfeitos, começam a achar que o PT não é mais o melhor instrumento para garantir seus interesses. A disputa eleitoral de 2014 e as marchas pelo impeachment de Dilma ilustram isso. Mas o fato de que a classe empresarial não esteja satisfeita com o PT não significa, automaticamente, que este governo seja melhor para os trabalhadores. Ao contrário, quanto mais a classe capitalista pressiona, mais o PT cede, como acabamos de ver no dia 9/06, quando Dilma anunciou mais privatizações de estradas, ferrovias, portos e aeroportos, num total de R$ 198 bilhões.
A saída para os trabalhadores não é depositar suas esperanças no PT, que já está há mais de uma década no governo (nem muito menos na  oposição do PSDB ou PMDB, que já estiveram antes no governo), e há três décadas no comando dos principais instrumentos de luta dos trabalhadores, como os sindicatos e centrais sindicais, a CUT, a UNE e o próprio MST. A saída é construir uma saída independente, a partir das lutas, das greves, das manifestações, das ocupações. O maior crime do PT não são os bilhões roubados da Petrobrás e outros esquemas, mas o crime de arruinar a credibilidade da esquerda, dos sindicatos, partidos de trabalhadores, movimentos sociais, pois no imaginário coletivo consolidou-se a imagem de que essas instituições só servem para eleger seus dirigentes, como se fossem apenas trampolins para a promoção de corruptos.
Não foi para isso que os trabalhadores construíram os sindicatos, lutaram pelo direito de legalizar seus partidos, de se manifestar, de ocupar as ruas. Esses instrumentos devem estar a serviço da luta. Somente por meio da luta podemos reconstruir a unidade da classe trabalhadora. Ao lutar contra a inflação, por reposição salarial, contra a retirada de direitos, por melhores condições de trabalho, contra a dívida pública, por educação, saúde, transporte de qualidade, etc., os trabalhadores percebem que possuem os mesmos interesses, opostos aos da classe capitalista e seus representantes. Somente por meio da luta podemos combater as ideias reacionárias que avançam na sociedade.
Precisamos reconstruir a confiança nos métodos de luta coletiva e organizada. Além de nós bancários, no 2º semestre temos as campanhas de funcionários dos Correios, petroleiros, metalúrgicos. Precisamos recuperar os métodos de luta dos trabalhadores, reforçar as greves que estão em andamento, unificar as datas, as ações, as reivindicações de todos os segmentos da classe trabalhadora, preparando o terreno para construir uma greve geral. Precisamos mobilizar os trabalhadores por reivindicações que dizem respeito não apenas a uma categoria, mas a todos nós:
- Nenhuma demissão! Estabilidade no emprego! Redução da jornada sem redução dos salários, para que haja emprego para todos!
- Salário mínimo do DIEESE como piso!
- Não ao PL 4330! Fim das terceirizações, incorporação dos terceirizados com os mesmos direitos!
- Não pagamento da dívida pública, e investimento desse dinheiro em obras e serviços públicos, sob controle dos trabalhadores!
- Estatização do sistema financeiro, sob controle dos trabalhadores!


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