Texto do panfleto de convocatória da plenária de 3 de agosto
POR
UMA CAMPANHA SALARIAL DE VERDADE!
Nossa
campanha salarial já está próxima, e este ano não podemos mais
aceitar o roteiro encenado pela diretoria do sindicato, que começa
reivindicando pouco, para aceitar menos ainda, fazendo conchavos com
a patronal para entregar por migalhas a nossa luta, enterrando a
nossa greve em assembleias cheias de gerentes nos fazendo engolir
goela abaixo ataques como a compensação das horas de greve. A
campanha salarial pertence aos bancários, não à diretoria!
Ao
invés de uma pesquisa virtual para definir a pauta, precisamos de
reuniões, plenárias, assembleias, em que os bancários de carne e
osso possam comparecer, discutir o que estão vivendo em seus locais
de trabalho e apresentar suas ideias sobre o que precisa mudar. A
diretoria não cumpre seu papel de organização dos bancários desde
a base, impossibilitando que esses possam ser sujeitos de sua própria
luta. Chamamos os bancários a se reunir e debater propostas para
nossa luta e organização!
Para
mudar tudo o que está errado nas campanhas salariais, somente com
muita participação dos bancários. Assim como as ruas foram
ocupadas pelos manifestantes, precisamos sim ocupar a quadra nas
assembleias e romper as barreiras impostas pela patronal e a
burocracia sindical, nos aliarmos às demais categorias em luta e aos
interesses da maioria da população.
O
EXEMPLO DAS RUAS
Tudo
começou com o movimento contra o aumento das passagens, que parecia
não ter tanta importância, e foi tratado com uma brutal repressão
policial. Em resposta à violência, a juventude, os trabalhadores e
a população desencadearam uma imensa onda de protestos. Milhões de
pessoas saíram às ruas de centenas de cidades do país,
demonstrando
uma grande insatisfação que estava represada, protestando não só
contra o aumento das passagens, mas por várias outras causas, como
as graves deficiências da educação e da saúde pública, o absurdo
dos gastos com a Copa, a corrupção, etc.
Os
governos foram encostados contra a parede e o aumento foi revogado,
assim como a PEC 37 e a “cura gay”. Foram vitórias importantes,
mas está longe de ser suficiente. De qualquer forma, a lição que
ficou no ar é de que, quando nos mobilizamos, quando protestamos,
quando agimos coletivamente, conseguimos vencer.
A
mudança no clima político após as grandes manifestações de junho
foi tão grande, que até as direções sindicais mais pelegas
tiveram que se mexer. No dia 11/7, CUT, Força Sindical e demais
centrais convocaram um dia nacional de mobilizações, que ainda
ficou muito aquém do que seria uma verdadeira demonstração de
força da classe trabalhadora. Nosso Sindicato, em particular, sequer
chamou a paralisação, limitando-se a fazer um ato na Av. Paulista
enquanto os bancários seguiam num dia de trabalho comum. Para o dia
30/8 está chamada uma nova jornada de paralisações, e dessa vez
temos que pressionar para que os sindicatos e centrais mobilizem
realmente suas bases. Transformar esse dia 30/8 numa demonstração
contundente de que os trabalhadores querem mudanças, é também a
melhor forma de criar um clima o mais favorável possível para a
nossa campanha salarial!
O
QUE NÃO
ACEITAMOS
MAIS
*
Não aceitamos que se encerre a campanha salarial sem discutir as
questões que realmente importam, como o fim das metas e do assédio
moral, a reposição das perdas, a isonomia entre funcionários novos
e antigos, etc.
*
Não aceitamos os Congressos da Contraf-CUT, em que um grupo de
dirigentes que deixaram de ser bancários, estão há vários anos,
ou décadas, afastados dos locais de trabalho, do dia a dia das
agências e departamentos, inventam uma pauta de reivindicações que
não tem nada a ver com as nossas necessidades.
*
Não aceitamos assembleias em que a diretoria do sindicato fala
durante horas e os bancários só escutam, como se fossem apenas uma
plateia. Temos o direito de falar, de fazer propostas, de debater os
rumos da campanha!
*
Não aceitamos mais a cumplicidade do nosso sindicato com a patronal
que manda gerentes e demais fura greves para as assembleias com o
objetivo de encerrar nossa luta!
*
Não aceitamos acordo coletivo que venha com a compensação das
horas. Não aceitamos nenhum tipo de ataque e punição para os
grevistas!
Assinam:
bancários independentes e os coletivos de oposição
“Bancários
de Base”, “Uma Classe”, “Avesso” e “ASS”
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