quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Avante, Bancários!


Texto do boletim unificado construído com "Uma Classe", "Avesso" e "Alternativa Sindical Socialista", tratando do dia nacional de lutas em 30/08, da plenária do dia 24/08 e da manifestação de 14/08.
 
 
 

AVANTE, BANCÁRIOS!

Construindo uma alternativa de oposição



Vivemos um novo momento no país. Desde as grandes mobilizações que começaram no mês de junho, contra o aumento das passagens, e que acabaram levando às ruas milhões de pessoas, protestando contra a precariedade do transporte, da saúde e da educação, contra os gastos com a Copa, a corrupção etc, nosso país vive uma nova etapa.

O dia 11 de julho representou uma importante entrada em cena da classe trabalhadora. Essa entrada só não foi maior por culpa das amarras que nos impõem as direções burocráticas das principais centrais sindicais. Para que a classe trabalhadora assuma seu verdadeiro posto nessa luta, precisamos de algo muito diferente do que foi o dia 11 de julho.

Naquele dia os dirigentes do nosso sindicato encenaram um ato na avenida paulista, juntamente com a cúpula das centrais sindicais, enquanto a orientação nos bastidores era pra que os bancários continuassem trabalhando normalmente nas agências e departamentos. Isso é o oposto do que defendemos! Um verdadeiro dia de luta deve ser uma greve geral em que os trabalhadores de todas as categorias, unificados como classe, enfrentem o empresariado e o governo, paralisando totalmente a produção e a circulação de mercadorias e serviços. É essa a arma decisiva que possuímos e que devemos usar para conseguir nossas reivindicações.

No dia 14 de agosto, o ato contra a corrupção no metrô de São Paulo, convocado pelo MPL, pode ser o recomeço do processo de mobilização. Não podemos ver nossa campanha salarial como algo descolado desse processo. Devemos nos inspirar na luta protagonizada pela juventude, nos colocando ao seu lado, levando também nossas demandas, pois com os trabalhadores mobilizados nas ruas temos muito mais força.



CONSTRUIR O DIA NACIONAL DE LUTA EM 30 DE AGOSTO!

No dia 30 de agosto (sexta-feira), as centrais sindicais estão chamando um novo “Dia Nacional de Luta”, chegando, inclusive, a indicar greve de 24 horas. Não podemos deixar que esse dia se torne mais um na rotina da burocracia sindical e, para isso, é essencial construirmos esse dia de luta somando forças com as demais categorias de trabalhadores e com os movimentos sociais.

Este dia de luta pode ser fundamental também para determinar o rumo da nossa campanha salarial. Trata-se de uma abertura importante que pode fazer avançar muito a organização e mobilização dos trabalhadores no sentido de retomarmos a luta em nossas mãos e também fazer uma campanha salarial que esteja efetivamente sob controle dos trabalhadores.

Assembleia para organizar o 30/ago e a campanha salarial. Para construirmos o Dia Nacional de Luta, precisamos de uma assembleia para deliberar sobre a greve de 24 horas no dia 30. Ao mesmo tempo, isso precisa estar articulado com as questões da nossa categoria, com a definição de um calendário de luta da campanha salarial, onde possamos discutir e decidir a deflagração da greve por tempo indeterminado, onde possamos responder ao ataque já naturalizado ao nosso direito de greve que é a compensação das horas paradas e questões organizativas da greve (como periodicidade e horário das assembleias, composição das mesas de negociação, etc).

Até o momento, a diretoria, que há tempos está descolada da realidade da categoria, tem agido como se pudesse decidir tudo em nome dos bancários. Por exemplo, tivemos uma assembleia que tirou delegados para a Conferência da Contraf-CUT, que saiu com o índice de 12%, que não representa nem de longe o que precisamos. Ora, não é porque os dirigentes da CUT inventaram essa pauta de reivindicações que nós automaticamente devemos aceitá-la. O mínimo seria fazer uma assembleia para que os bancários decidam sobre a pauta, como era feito até alguns anos atrás e como tem sido feito em outras regiões.



SOMOS PELA UNIDADE DA CLASSE TRABALHADORA!

Se somarmos a força dos trabalhadores organizados com os levantes e as mobilizações nas ruas como as que tivemos em junho, teremos muito mais condições de enfrentar o governos e os patrões. E esse chamado deve ser feito às categorias em luta no próximo período, principalmente àquelas que também entram em campanha salarial no segundo semestre, como os trabalhadores dos Correios, petroleiros e metalúrgicos. As manifestações de junho só reforçaram o que há de comum nas questões que nos unem, e que as diferenças e divisões impostas pelo governo e pelos patrões em diversas categorias só está a serviço de nos dividir, nos controlar e nos enfraquecer.



CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO E A DIVISÃO DOS TRABALHADORES!

Uma das formas mais perversas de divisão da nossa classe é a que separa os trabalhadores terceirizados como uma casta de párias. Nos bancos, por exemplo, uma enorme quantidade de trabalhadores (vigilantes, copeiras, faxineiras, telefonistas, recepcionistas, trabalhadores dos correspondentes e lotéricos), que são parte essencial ao funcionamento da empresa, são atacados diariamente em seus direitos trabalhistas mais elementares, são tratados como inferiores e recebem os piores salários. E, como se não bastasse, ao mínimo sinal de insatisfação desses trabalhadores, as ameaças de punição e demissão estão sempre a espreita para tentar barrar qualquer tentativa desses trabalhadores se organizarem.

O Projeto de Lei (PL 4330) que está sendo discutido no Congresso, pode aprofundar ainda mais a precarização, expandindo-a para todas as áreas das empresas, o que teria consequências ainda mais nefastas para o conjunto dos trabalhadores. Esse projeto está sendo negociado “por cima” pelos dirigentes sindicais, que supostamente falam em nosso nome, mas sem a participação efetiva dos trabalhadores, sem qualquer movimento no sentido de organizar a luta pela base. Os dirigentes querem aceitar o PL 4330, desde que eles tenham o poder de representar os terceirizados sindicalmente. Defendemos sim que os terceirizados tenham direito de sindicalização de acordo com os lugares onde efetivamente trabalham, mas como parte de uma luta em que se combata efetivamente as barreiras e divisões impostas pela terceirização. Somos contra qualquer forma de divisão e de separação entre os trabalhadores! A luta contra a terceirização é parte fundamental da luta da classe trabalhadora!



PLENÁRIA NO DIA 24 DE AGOSTO

Buscamos, através dessa iniciativa, somar forças para que nossas ideias e propostas cheguem a um setor mais amplo da categoria, para que possamos fazer frente às manobras que a direção do nosso sindicato faz para impedir que os trabalhadores sejam sujeitos de sua própria luta. Convidamos a todos que queiram se somar a nossa iniciativa ou conhecer melhor nossas ideias para uma plenária aberta a ser realizada no próximo dia 24 de agosto no ECLA (Espaço Cultural Latino Americano – R. da Abolição, 244).



Assinam esse panfleto, bancários independentes e os coletivos de oposição Bancários de Base, Uma Classe, Avesso e ASS. Contato: campanhabancarios2013@gmail.com


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