O que
é o Avante Bancários?
Somos uma frente de oposição
bancária, com agrupações que atuam na CEF e BB, que se formou a partir da luta
contra a tentativa da CEF em demitir por justa causa o Messias Américo, por
defender os direitos dos trabalhadores e lutar por melhores condições de
trabalho e atendimento à população.
Somos oposição à direção atual do
nosso sindicato pois entendemos que esta está totalmente “articulada” com o
governo e as direções dos bancos. Governo que tem feito banqueiros e
construtoras lucrarem como nunca se viu neste país e, embora diga que criou
muitos empregos, não diz que a maioria são de postos precários. Por outro lado,
temos visto qual tem sido o tratamento aos trabalhadores que decidem ir à luta.
Na greve do ano passado rompemos com
o “script” que todo ano o sindicato tenta impor. Diferente dos piquetes “queijo
suíço” onde entram os grandes figurões, conseguimos impor em alguns locais
piquetes de verdade com trancamentos totais, colocando lado a lado questões de
trabalhadores efetivos e terceirizados. No Telebanco do Bradesco, conseguimos
impor um piquete de verdade, sob controle dos trabalhadores em greve, mostrando
quem tem realmente nas mãos o controle de todo o trabalho.
Para avançar em ações que possam
realmente arrancar nossas reivindicações, precisamos nos organizar cada vez
mais a partir de nossos locais de trabalho, com representantes da CIPA,
delegados sindicais e, inclusive, encontrando outras formas de organização para
debater quais serão os rumos da nossa greve.
Como o recente período de greves em
2014 podem deixar lições importantes para os bancários?
No último
período, greves de diversas categorias vêm mostrando que importantes mudanças
estão se gestando entre os trabalhadores. Desde a greve dos garis no RJ,
passando pela greve dos motoristas e cobradores de ônibus em SP, temos visto
como os trabalhadores tem enfrentado as amarras que as direções traidoras de
seus sindicatos, há muito tempo ligadas aos patrões. Os trabalhadores
questionaram com fortes greves, a maneira como suas próprias direções
“negociam”, por fora dos interesses da categoria, em conchavo com os interesses
patronais.
Acompanhamos
também a luta dos metroviários de São
Paulo, que levaram a greve até seu 5º dia, se enfrentando com as chefias
fura-greves, com os planos de contingência da empresa, com o TST que declarou a
abusividade da greve e com a polícia, que reprimiu duramente os trabalhadores
que exerciam seu direito de greve. Com a greve fortalecida a este ponto, toda a
patronal e o governo já sabiam que uma vitória dos metroviários, setor
estratégico da maior cidade do país, poderia incendiar outras categorias a
seguirem o exemplo. Eles não quiseram sequer hesitar com essa possibilidade e
levaram até o fim os ataques que culminaram na demissão de 42 metroviários.
A partir
dessas experiências, é fundamental tirarmos lições para que os bancários possam
tomar de volta a greve e a luta para si e não mais como uma realidade distante,
que só o sindicato faz acontecer por fora de muitos interesses dos bancários.
Nos
bancos privados, sabemos que há uma ditadura velada, onde a direção só tem
compactuado com a ideia de que bancário de banco privado não pode fazer greve,
deixando passar ataques ao direito de greve dos bancários, naturalizando as
demissões como punição e naturalizando que elas ocorram independente dos
bancários terem feito greve ou não, o que denuncia quanto está comprometida até
o pescoço com os banqueiros.
Afinal,
porque nas greves, o sindicato não coloca peso em construir um piquete de
verdade na Cidade de Deus, que é a matriz do 2º maior banco privado do país e
que poderia mudar a correlação de forças para conquistarmos nossas demandas?
É
importante que cada bancário tome pra si a tarefa de discutir como e o que
devemos fazer para contarmos e organizarmos nossas próprias forças para
derrotar as amarras que nos impedem de lutar de fato pelas nossas demandas. E
em ano de eleição, a direção do sindicato já começa a preparar suas amarras
para a nossa luta, pois estará mais preocupada em garantir o bom andamento das
eleições, e dar peso na campanha de seus candidatos e praticamente nenhum à
campanha salarial.
Por isso,
fazemos um amplo chamado a um encontro de bancários que organizaremos em
agosto. Para, mais do que discutir a pauta (que a cada ano é decidida longe da
realidade dos bancários), discutirmos quais devem ser os métodos para
conseguirmos impor uma correlação de forças onde os bancários possam, de fato,
retomar o controle da greve e da luta.
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