TOMAR A
CAMPANHA SALARIAL EM NOSSAS MÃOS!
A data
base da campanha salarial dos bancários é 1º de
setembro, mas até agora estamos ainda na fase de negociação.
O Comando Nacional que negocia em nosso nome é formado por
dirigentes sindicais da CUT que se acostumaram a tratar a nossa
campanha salarial como algo que é resolvido por eles, na
cúpula, e não por nós bancários. Por
isso, os espaços de participação e decisão
são cada vez menores para nós bancários de
verdade, que estamos no dia a dia das agências e departamentos.
Nós que suportamos a cobrança dos gestores, a pressão
dos clientes, o excesso de serviço, sofremos o adoecimento
físico e psicológico, nós é que devemos
decidir os rumos da campanha!
Precisamos
de democracia e organização!
Os
dirigentes sindicais da Contraf-CUT realizaram seu Congresso em julho
e inventaram uma pauta de reivindicações muito
rebaixada, que reivindica apenas 12,5% e não toca nas questões
centrais que afetam o dia a dia dos bancários, mas não
submeteram essa pauta à aprovação em assembleia
na maior parte do país. Na principal base do país, a de
São Paulo, Osasco e região, os bancários não
tiveram sequer a oportunidade de conhecer outras propostas, como a
pauta da Frente Nacional de Oposição Bancária,
FNOB, que reivindica 35% de reajuste imediato (perdas acumuladas nos
bancos privados + lucratividade dos bancos), plano de reposição
de perdas, estabilidade no emprego para funcionários de bancos
públicos e privados, fim de todas metas e do assédio
moral, mais contratações, etc.
Além
de não realizar assembleia para discutir a pauta, os
dirigentes da CUT também não demonstram a mínima
disposição para lutar pela pauta que eles mesmos
inventaram. Numa negociação com os patrões, os
trabalhadores tem uma arma decisiva, que é a ameaça de
greve, para obrigar a conceder as reivindicações. Mas
para que essa ameaça tenha efeito, é preciso que haja
um processo de organização para a greve, e isso não
está acontecendo, não há sequer um calendário
de mobilização.
Outras
categorias, como correios, petroleiros e metalúrgicos também
estão em campanha salarial na mesma época que os
bancários. Precisamos unificar as lutas! Correios já
tem um indicativo de greve para o dia 17/09. Defendemos assembleias
para discutir um plano de lutas e aprovar um indicativo de greve para
o dia 17!
Pela
independência dos trabalhadores!
A greve
é a máxima demonstração de força
dos trabalhadores, e precisa de preparação e
organização, com reuniões nos locais de
trabalho, plenárias por banco e por região,
assembleias, etc., para que a categoria possa decidir sobre sua luta.
É preciso também trazer a população para
o lado dos bancários, mostrando que lutamos por melhores
condições de trabalho para nós e melhor
atendimento para o público em geral.
A falta
de empenho dos dirigentes sindicais da CUT na preparação
da luta não é simples incompetência, engano ou
acidente, mas resulta do fato de que eles tem uma prioridade, e não
é a organização dos trabalhadores. Eles defendem
os interesses do seu partido nas eleições, o PT, e não
os dos trabalhadores. Nós bancários não devemos
ter esperanças de que qualquer candidatura, PT, PSDB ou PSB
possa melhorar a nossa vida. Todos esses partidos governam para a
classe capitalista, em especial para os bancos, que lucram
absurdamente, não importa quem esteja no poder.
Devemos
confiar apenas em nossa própria organização em
luta! A FNOB defende um sindicalismo independente dos patrões,
partidos e governos, a serviço dos trabalhadores, contra a
traição e peleguismo da CUT. Defendemos:
-
assembleia para aprovar um plano de luta e indicativo de greve para o
dia 17/09!
- que os
bancários possam falar nas assembleias e defender suas
propostas!
- eleição
de representantes de base na mesa de negociação!
RETOMAR A
LUTA POR ESTABILIDADE NO EMPREGO!
Na base
de São Paulo, Osasco e Região cerca de 80% dos
trabalhadores estão nos bancos privados. A imensa maioria dos
bancários da nossa base se acostumou a ver a campanha salarial
como algo que é feito pelo sindicato em seu nome, que não
precisa da sua participação e envolvimento pessoal.
Isso acontece por dois motivos principais:
Primeiro,
porque os próprios dirigentes sindicais incentivam a não
participação dos bancários, tratam as campanhas
salariais exatamente dessa forma, como algo que diz respeito a eles e
não aos trabalhadores. Assim, a grande maioria dos bancários
não acompanha o que a diretoria do sindicato faz ou deixa de
fazer, nem nas greves, nem no dia a dia. E como os bancários
na maioria não acompanham, não fazem cobranças à
diretoria por não cumprir o seu papel.
Segundo,
os bancos (assim como toda a classe capitalista e os meios de
comunicação a seu serviço) bombardeiam
diariamente os bancários com a ideia de que a sua melhoria de
vida depende de esforço individual e não de ações
coletivas. Com isso, os trabalhadores veem os colegas como
competidores pelos cargos melhor remunerados, e não como
companheiros que partilham a mesma realidade. Mas acontece que não
haverá cargos para todos, e a maioria vai ficar pelo caminho!
Por
esses motivos, a maioria dos bancários da nossa base não
participa das campanhas. Há a ideia de que quem faz greve ou
se manifesta contra a empresa será demitido. Mas as demissões
acontecem de qualquer forma! Todos os anos milhares de bancários
são demitidos, não importa se fazem ou não fazem
greve, se tem muitos anos na empresa ou não, o quanto se
dedicaram, etc. Os bancos não se preocupam com a vida dos seus
funcionários e sim com o lucro a qualquer custo. Para os que
ficam, resta um ambiente permanente de medo, o assedio moral dos
gestores, o excesso de serviço e o adoecimento físico e
psicológico.
É
para lutar contra essa realidade que existe o sindicato! O sindicato
somos todos nós, bancários, que vivemos essa realidade
no dia a dia, ele não pertence à diretoria. Nós
bancários devemos colocar como prioridade em todas as
campanhas a luta pela estabilidade no emprego. Em muitas categorias
há acordos em que se estabelece a proibição das
empresas demitirem. Isso seria o ponto de partida para lutar por mais
conquistas, e deveria ser um dos pontos principais da nossa pauta.
Mas se a diretoria do sindicato não cumpre o seu papel,
façamos nós mesmos o que nos diz respeito. Entre em
contato conosco, vamos encontrar juntos maneiras de lutar!
CONTRA O ATAQUE À ORGANIZAÇÃO DE
BASE! CONTRA O ASSEDIO MORAL!
A gestão privatista que está implantada
no BB comanda o banco como se fosse privado, visando o lucro a
qualquer custo, com juros abusivos, tarifas extorsivas e venda casada
de “produtos bancários”. Essa gestão privatista
precisava tentar quebrar a resistência do funcionalismo e para
isso foi fundamental isolar o setor dos caixas.
A partir da criação do PSO, os caixas
deixam de estar subordinados à gerência das agências
e passam a responder a uma central remota, que comanda dezenas de
caixas e gerentes de serviço em dezenas de agências
diferentes. Isso trouxe um brutal enfraquecimento da organização
de base nas agências. Agora, nem os caixas podem eleger
representantes próprios, já que estão espalhados
e não se conhecem, nem podem ser eleitos para representar as
agências, já que o número de delegados sindicais
está limitado pelo total do prefixo. Há caixas que são
eleitos delegados sindicais pelas agências, mas não são
recohecidos pelo banco, porque pertencem ao PSO.
Trata-se de uma evidente tentativa do banco de evitar a
organização do segmento mais combativo do
funcionalismo. Os caixas tiveram uma adesão de cerca de 90% na
última greve, o que demonstra o seu papel fundamental na luta.
A única saída contra os ataques do banco é a
organização e a mobilização coletiva! É
preciso unificar todos os segmentos do funcionalismo do BB, pelas
suas pautas específicas e pelas pautas gerais da categoria e
do conjunto da classe trabalhadora. E para isso, precisamos de
organização de base. Ou a direção do
sindicato realiza novas eleições para delegados
sindicais do PSO ou enfrenta o banco para que reconheça os
delegados que foram eleitos pelas agências. A organização
dos trabalhadores deve ser prerrogativa dos próprios
trabalhadores, e não sujeita ao arbítrio do patrão!
A direção do sindicato deve garantir a organização
dos caixas do BB, para que possamos lutar ao lado e em conjunto com
os demais!
Na CEF,
essa mesma gestão privatista está também visando
concorrer com os demais bancos e aplicando os mesmos métodos.
Está sendo institucionalizado o assedio moral por meio da GDP,
um sistema de avaliação com metas individuais. Com
isso, a pressão dos administradores sobre cada trabalhador
será muito maior! A GDP poderá ser usada também
como mecanismo para perseguir ativistas, instalar processos
administrativos, demitir, enquadrando os trabalhadores. Temos que
resistir a esse ataque e barrar o conjunto do projeto privatista em
aplicação no BB e CEF!
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