RETOMAR A
LUTA POR ESTABILIDADE
E A
ORGANIZAÇÃO NOS LOCAIS DE TRABALHO
Explicando
o que parece inexplicável
O mundo
inteiro ficou chocado com a atitude do copiloto alemão que
decidiu por fim à própria vida, levando consigo mais de
150 passageiros, jogando o avião que pilotava contra uma
montanha nos Alpes franceses.
Essa
escolha é inaceitável, mas não é
inexplicável. Para explicá-la, é preciso ir além
das aparências. Aparentemente, o copiloto era provavelmente bem
remunerado, numa profissão de prestígio, que não
teria motivos para estar insatisfeito com a própria vida.
Entretanto, a pressão que estava sofrendo, as cobranças
sociais e no trabalho eram insuportáveis.
A mesma
situação em toda parte
Ainda
que não chegue ao mesmo abismo de desespero, todo
trabalhador(a) nos dias de hoje sabe o que é essa pressão.
Em qualquer lugar do mundo e praticamente qualquer profissão,
vivemos uma situação de pressão, cobrança,
excesso serviço, assédio moral, autoritarismo dos
chefes e gerentes. O sistema capitalista mundial está num
momento em que precisa extrair cada vez mais lucro de cada
trabalhador, fazendo-o trabalhar por dois ou três.
As
consequências são o adoecimento físico e
psicológico, stress, depressão, síndrome de
burnout, relacionamentos pessoais e familiares desfeitos. Alguns
tentam disfarçar o problema por meio de medicamentos, ou mesmo
o alcoolismo, sujeitando-se ao risco da dependência química.
Enquanto os trabalhadores(as) tentam sobreviver, as empresas,
simplesmente descartam os que ficaram “imprestáveis”,
demitem impiedosamente, sem qualquer tipo de gratidão ou
reconhecimento por anos de serviços prestados, e sem
demonstrar remorso.
A
meritocracia e outros mitos
Enquanto
ainda estamos jovens, saudáveis, em condições de
produzir, as empresas usam o discurso da meritocracia, de que quem se
esforçar vai “chegar lá”, quem se dedicar será
recompensado, quem “vestir a camisa” da empresa será
reconhecido. Fazem mil promessas de promoções,
prestígio, status, para seduzir e motivar os funcionários.
Pura ilusão, que se desfaz cruelmente quando chegam os cortes
e reestruturações. Todo mundo sabe que não há
vagas para todos, e ao invés de subir, o mais provável
é descer para o inferno do desemprego. A ameaça de
demissão leva os trabalhadores(as) a viver em medo constante.
O medo é usado para nos tornar obedientes, para nos obrigar a
aceitar todo tipo de abuso, pressão, sobrecarga.
Os
bancos são os campeões de lucro no Brasil, e são
também os que mais demitem, terceirizam, rebaixam as condições
de trabalho dos seus funcionários. Por fora, nos exigem um
visual impecável, trajes finos, aparência de “sucesso”.
Por dentro, cada trabalhador(a) vive a mesma sensação
de medo, insegurança, humilhação.
Que
fazer?
Ao longo
da história os trabalhadores(as) criaram muitas formas para se
organizar e lutar contra os abusos dos patrões, como os
sindicatos e partidos. Foi graças a essas lutas que
conseguimos os direitos que ainda temos hoje, mas que estão
sempre sendo ameaçados. Só a luta muda a vida! Só
lutando coletivamente como categoria bancária e classe
trabalhadora poderemos combater os abusos dos bancos, defender nossos
direitos, melhorar nossos salários, condições de
trabalho e de vida em geral.
Como
fazer?
Na
categoria bancária, a questão fundamental é a
estabilidade no emprego. Sem estabilidade, todo trabalhador(a) que
tiver a coragem de reclamar ou de alguma forma mostrar seu
descontentamento está ameaçado de demissão. A
estabilidade deve ser o ponto de apoio para todas as demais lutas.
Muitas categorias, nas suas campanhas salariais, conseguem acordos em
que as empresas ficam proibidas de demitir por um ano ou até
mais. Temos que seguir esse exemplo. A estabilidade no emprego
deveria ser uma pauta prioritária dos bancários.
Quem
procurar?
Nosso
sindicato, que deveria lutar pela estabilidade, entre outros pontos
que nos interessam, infelizmente hoje é dirigido por um
partido, o PT, que traiu os trabalhadores e passou para o outro lado.
Um partido que colocou um diretor do Bradesco no Ministério da
Fazenda demonstra que não vai lutar contra o Bradesco e os
outros bancos. Nem o sindicato dirigido pelo PT, nem o PT no governo,
e nem o PSDB, PMDB, e outros oportunistas que representam os
interesses dos patrões, servem para defender os trabalhadores.
Temos que recomeçar do zero.
Por onde
começar?
No
passado, na época da ditadura militar, fazer greve era
proibido e os sindicatos só serviam para carimbar o que o
governo e os patrões decidiam, como acontece hoje. Naquela
época, os trabalhadores não deixaram de lutar.
Reuniram-se, fora dos locais de trabalho, sem a presença de
chefes e gerentes, e aos poucos, com paciência, foram
reconstruindo sua organização. Com o tempo se tornaram
tão fortes, todos juntos, que puderam voltar a fazer greves,
retomaram os sindicatos, derrubaram a ditadura. Hoje temos que
repetir o mesmo processo.
Fale
conosco
Se você
concorda com o que dissemos e quer fazer alguma coisa, procure o
Avante, Bancários! (Facebook: www.facebook.com/avntbancarios).
Seu nome não será revelado, e juntos encontraremos
meios de enfrentar os problemas.
CONTRA A
TERCEIRIZAÇÃO, CONSTRUIR A GREVE GERAL!
Está
em votação no Congresso o PL 4330, que autoriza a
terceirização para qualquer área das empresas.
Se esse projeto for aprovado, as empresas vão poder demitir
seus trabalhadores e recontratar em empresas terceirizadas. Trata-se
de um gigantesco ataque contra todos os trabalhadores, pois:
- os
terceirizados recebem salários em média 30% menores;
-
trabalham em média 3,4 horas a mais por semana;
- sofrem
4 em cada 5 acidentes de trabalho;
- são
vítimas de fraudes das empresas que não recolhem FGTS,
INSS, não pagam férias, atrasam salários, etc.
O PL
4330 é só mais um dos ataques contra os trabalhadores
que estão sendo preparados. O governo do PT está
propondo também cortar os abonos do PIS, as pensões por
morte e o seguro desemprego (Medidas Provisórias 664 e 665).
Temos que nos unificar e lutar contra todos os ataques do governo e
dos patrões!
Enquanto
PT, PSDB, PMDB brigam para ver quem é mais corrupto e mais
útil aos patrões, nós trabalhadores temos que
lutar juntos, a partir de cada categoria.
Exigimos
da direção do sindicato a realização de
assembleia para discutir um plano de lutas contra o PL 4330 e os
demais ataques!
Temos
que tomar medidas para buscar a unidade entre bancários,
professores (em greve há 40 dias), petroleiros, Correios, e
construir uma greve geral!
-
Retirada do PL 4330 e toda forma de flexibilização! Fim
da Terceirização! Incorporação de todos
os terceirizados às empresas-mãe, com os mesmos
direitos! Efetivação com os mesmos direitos de todos os
temporários, estagiários e trainees!
- Salário
igual para trabalho igual! Por trabalho e salário dignos para
as mulheres, negros, negras e LGBTs!
-
Retirada da Mps 664 e 665, contra os cortes no PIS, pensões e
Seguro Desemprego!
- Chega
de desemprego! Redução da Jornada de Trabalho Sem
Redução dos Salários até que haja
empregos para todos! Estatização sem indenização
e sob controle dos trabalhadores das empresas que ameacem demitir ou
se mudar!
- Não
Pagamento da Dívida Pública e investimento desse
dinheiro nos serviços públicos sob controle dos
trabalhadores!
-
Continuar e aumentar a mobilização! Unificar as Lutas e
Construir a Greve Geral Pela Base!
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