Texto do Boletim da Frente Nacional de Oposição Bancária para a campanha salarial 2014
Reposição das perdas já! 35% de
reajuste salarial para todos!
Desde a implantação do Plano Real em julho de 1994, os
bancários amargam perdas de 22,5% nos bancos privados, sendo que chegam a mais
de 80% quando levamos em conta os funcionários do Banco do Brasil, da Caixa
Econômica Federal, BNB e Banrisul!
A inflação acumulada de 6,52% nos últimos 12 meses
completados ao final do 1º semestre de 2014 mantém perspectiva de alta, e, além
do que os bancários já perderam (a inflação do último ano já está incluída no
cálculo das perdas), o futuro reserva ainda mais ameaças aos trabalhadores.
Isso por que, sabidamente, gasolina, álcool, luz e outros preços controlados
deverão explodir após passar a eleição deste ano.
Além de ser necessário repor ao menos os 22,5% de
perdas compartilhadas por todos os bancários, e haver um parcelamento em 4 anos
para que se quitem as perdas ainda maiores dos bancos públicos, também é
preciso distribuir entre os bancários o produto de seu trabalho que faz os
ativos dos bancos se multiplicarem em poucos anos.
De 2013 para 2014, comparando-se os dados do 1º
trimestre, os 15 maiores bancos com atuação no país obtiveram um crescimento de
seus ativos da ordem de 10,49%! Ou seja, são os bancários aumentando a riqueza
dos banqueiros, de forma incessante e em enorme proporção. Este crescimento dos
Ativos Totais dos bancos deve servir também para beneficiar os trabalhadores
que fizeram estes resultados! Por isso, defendemos que, sobre os 22,5% de
reajuste referente às perdas, os salários devam ser acrescidos também destes
10,49% da variação média dos Ativos Totais dos 15 maiores bancos!
Assim, a Frente Nacional de
Oposição Bancária defende um índice de reajuste de 35% nos salários e demais
ganhos dos bancários, a partir de 1º de setembro, que é o que significa um
reajuste de 22,5% seguido de outro de 10,49%! Chega de campanhas pedindo pouco
para ganhar menos ainda. Chega de campanhas de compadre, como faz a
Contraf-CUT, que já pede baixo (índices entre 11% e 13%) e fechar acordos por
7% ou 8%!
Chega do mesmo de sempre da
Contraf-CUT! É possível conquistar mais!
O mês de setembro se aproxima e
os bancários já vão sentindo aquele clima de “este filme eu já vi”! Todo ano,
eles fazem tudo sempre igual! A Contraf-CUT, repetida pela Contec, pede algo em
torno de 12%, os banqueiros oferecem apenas a inflação, e inicia uma greve sem
assembléias nem participação da base. Em pouco tempo, a proposta inicial de
6,5% aumenta para 8%, um pouco mais ou um pouco menos, e a Contraf-CUT encerra
a luta, não sem antes fraudar assembleias, chamar gerentes para votar pelo fim
das greves, etc. No final, anunciam mais uma “vitória histórica” que deixa os
bancários em uma situação pior do que a que tinham antes.
Mas este filme “b” que todos os
anos a Contraf-CUT apresenta pode mudar neste ano! Professores de vários
estados, rodoviários, metroviários, municipários, garis e inúmeras outras
categorias fizeram greves históricas nos primeiros meses de 2014, e muitas
vezes conseguiram vitórias importantes! Greves que atropelaram seus sindicatos
vendidos conseguiram 37% de reajuste, 20% de reajuste, redução da jornada de
trabalho e outras conquistas, antes consideradas impossíveis.
Se o sindicato é vendido, como na imensa maioria das
bases bancárias, pertencentes à Contraf-CUT e Contec, a base deve assumir a
campanha salarial em suas mãos e construir uma greve sem roteiro fechado com o
governo e os banqueiros.
A FNOB, a partir dos sindicatos
de Bauru, Maranhão e Rio Grande do Norte, e de oposições combativas em vários
outros locais, chama todos os bancários a fazermos juntos uma outra campanha,
uma outra luta e a levar adiante uma outra pauta!
- 35% de reajuste salarial!
-
Reposição do saldo das perdas salariais dos bancos públicos em 4 anos!
- Fim
das terceirizações e estágios fraudulentos. 100% dos empregados que trabalham
em banco devem ser bancários!
-
Concursos públicos com convocação massiva no BB, CEF, BNB, Banrisul, Basa,
Banpará e BRB.
-
Estabilidade no emprego para todos, com especial importância nos bancos
privados! Chega da rotatividade que rebaixa salários!
- Fim
do assédio moral e das metas.
- PLR
de 25% do lucro líquido distribuída de forma linear!
- PCS
para os bancários do setor privado;
-
Isonomia para os bancários do setor público.
- 14º
salário para todos!
- Gatilho
salarial: se a inflação subir a partir de 3%, o salário deve subir
automaticamente, sem ficar o ano inteiro depreciado.
-
Piso salarial equivalente ao salário mínimo do Dieese (R$ 2.979,25, conforme
cálculo do mês de junho de 2014)
-
Abono de férias igual a 100% do salário!
-
Auxílio alimentação e vale-refeição de R$ 724 (um salário mínimo) cada um!
-
Redução da jornada de trabalho para 25h semanais, com 2 turnos diários de 5h de
trabalho, com funcionários distintos, ampliando o atendimento à população e
dando melhores condições de vida e de trabalho aos bancários.
-
Pelo fim dos bancos de horas em todos os bancos e todos os setores e agências,
sem distinção. Não ao trabalho aos sábados, domingos e feriados, sob qualquer
pretexto!
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