CHAPA
2: OPOSIÇÃO INDEPENDENTE DOS GOVERNOS E BANQUEIROS
É
PRECISO MUDAR, É POSSÍVEL VENCER
TRAZER
O SINDICATO DE VOLTA PARA A LUTA CONTRA OS BANCOS, O GOVERNO E OS
PATRÕES!
O grupo da atual diretoria está na direção do sindicato há 35 anos. Dizem que nesse período só houve vitórias e a vida dos bancários está sempre melhorando.
Todos
nós sabemos que isso não é verdade! No seu dia a dia, os bancários
enfrentam, cada vez mais, demissões, assédio moral, excesso de
serviço, adoecimento físico e psicológico, arrocho salarial,
precarização do trabalho, terceirizações, etc. Somos obrigados a
trabalhar mais, por causa da pressão das metas, porque a maior parte
da remuneração está ligada aos resultados. Seja através das
comissões ou da PLR, os bancários são levados a acreditar que
precisam conseguir resultados cada vez maiores para ganhar um pouco
mais.
Com
o excesso de serviço e de cobranças, a situação está na verdade
piorando, mas a direção do sindicato precisa dizer o contrário,
porque este grupo tem um lado, e não é o dos bancários: eles
pertencem ao PT, partido que garante a dominação dos banqueiros e
grandes empresários no país há mais de uma década.
Os
banqueiros nunca tiveram lucros tão altos como nos governos de Lula
e Dilma; e o PT está na direção dos bancos públicos, onde a
lógica do lucro a qualquer custo também é aplicada. Assim como
explora a nós, bancários, o sistema financeiro explora o conjunto
da população através de tarifas, juros, venda casada.
Além
disso, o sistema financeiro e os especuladores nacionais e
internacionais consomem praticamente metade do orçamento do país
com o pagamento dos juros da dívida pública, que é obedecido
religiosamente pelos governos do PT. Com o PSDB e outros partidos não
seria diferente: basta ver o que fazem nos governos estaduais.
Para
termos melhores salários e condições de trabalho nos bancos,
precisamos associar nossas lutas à do conjunto da população, por
educação, saúde, transporte, moradia, segurança, contra a
corrupção e os gastos absurdos com as obras da Copa. Precisamos
mostrar que se trata de uma mesma luta, que tem como seu principal
inimigo o sistema financeiro e seus representantes, como o PT, que
está na direção do governo federal, dos bancos públicos e dos
sindicatos. Para dar impulso a essa luta, precisamos de uma nova
direção no sindicato! É por isso que pedimos seu apoio e seu voto
para a chapa 2!
A
JUVENTUDE E OS TRABALHADORES NAS RUAS MOSTRAM O CAMINHO
As
mobilizações de junho de 2013, com milhões de pessoas nas ruas,
mudaram a situação do país. O governo e todos os partidos
patronais vêm tentando surfar nessa onda com promessas demagógicas,
ao mesmo tempo em que reprimem as manifestações. No entanto, o povo
sabe que a situação continua a mesma, e é por isso que as
manifestações vieram para ficar. As pessoas aprenderam que é
possível mudar sua realidade através da luta.
Como
essas mobilizações se chocam com os governos e com os interesses da
grande patronal que eles defendem, a postura das direções sindicais
tradicionais, como a CUT, a Força Sindical, etc., tem sido de frear
as lutas das diversas categorias e impedir sua unificação com o
processo mais geral que acontece no país.
Várias
categorias seguiram o exemplo das grandes manifestações, e saíram
às ruas para conquistar seus direitos e melhorias reais em suas
condições de vida. Os professores do RJ, já no ano passado,
mostraram o potencial das lutas dos trabalhadores para ganhar o apoio
ativo da mesma juventude que protagonizou as manifestações de
junho. Neste ano, os rodoviários de Porto Alegre e, agora em pleno
carnaval, os garis do Rio, fizeram greves históricas, sendo que,
nesses casos, os trabalhadores tomaram a luta em suas mãos, passando
por cima da orientação das direções sindicais pelegas, apontando
um caminho de mobilização independente da classe trabalhadora. Em
todas essas lutas, a CUT foi a grande ausente.
Agora,
com a proximidade da Copa, a juventude e os trabalhadores prometem
mais mobilizações, que denunciam os gastos do governo para agradar
a FIFA e carregam todo o descontentamento com o atual estado dos
serviços públicos no país (saúde, educação, transportes,
moradia, etc.). Os bancários, que possuem uma grande história de
lutas, precisam ser parte dessa mobilização e assumir seu papel na
luta pela transformação da sociedade. Por isso, não queremos
apenas seu voto. Precisamos de você na luta.
METAS,
ASSÉDIO MORAL E ADOECIMENTO: COMO ACABAR COM ESTA PRAGA?
Todo
mundo sabe que um dos maiores problemas da nossa categoria, tanto nos
bancos públicos como nos privados, é a questão das condições de
trabalho, que enlouquecem os bancários nas agências e
departamentos, e levam um grande número a problemas de saúde, tanto
físicos quanto psicológicos.
A
direção do Sindicato fala contra as “metas abusivas”, como se
isso fosse resposta. Mas a questão que fica é: como determinar se
uma meta é “abusiva”? E quem vai determinar isso? Afinal de
contas, é claro que os banqueiros nunca vão reconhecer que as suas
metas são abusivas. Para eles, cuja única lei é o lucro, a nossa
saúde que se exploda, literalmente.
A
direção atual do Sindicato não pode sair dessa armadilha, porque
quer dar uma resposta à categoria sem tocar no lucro dos banqueiros.
Por
isso, dizemos com todas as letras: a luta dos bancários tem que
ser pelo fim total das metas. Cada trabalhador sabe fazer seu
trabalho, e oferecer à população os serviços que de fato precisa,
sem imposição de metas que trazem apenas estresse para a categoria,
e serviços indesejados para os clientes (através da “venda
casada”, etc.).
Alguns
podem dizer: “mas se o meu banco não tiver metas, vai perder na
competição com os outros bancos, e meu próprio emprego pode ficar
em risco”.
É
por isso que também precisamos resgatar a bandeira histórica da
categoria bancária: para dar fim à competição desenfreada entre
os monopólios do mercado financeiro, nossa resposta tem que ser a
estatização do conjunto do sistema financeiro, sob controle dos
trabalhadores, com a criação de um banco estatal único para
fornecer serviços e crédito barato para a população trabalhadora
e o pequeno produtor, sem a preocupação com o lucro.
PELO
FIM DA PRECARIZAÇÃO, EM DEFESA DOS TRABALHADORES TERCEIRIZADOS
Como
em todos os principais ramos da economia, nos bancos não é
diferente: uma grande parte, e cada vez maior, do serviço é feito
por trabalhadores que não possuem os mesmos salários e direitos do
restante da categoria. Além de receberem salários de miséria, têm
que suportar condições ainda piores que as nossas, sem segurança
no trabalho nem treinamento adequado.
Em
geral, a terceirização acontece de duas formas principais: por um
lado, em departamentos separados, nas Lotéricas, Banco Postal ou
“correspondentes”. De outro lado, dentro das agências e
departamentos naquelas tarefas consideradas como “atividades-meio”,
mas que são completamente essenciais ao seu funcionamento, como os
serviços de limpeza e vigilância, as copeiras ou telefonistas.
Consideramos
importante a campanha para barrar o projeto de lei 4330, de Sandro
Mabel (PMDB), que ameaça ampliar a terceirização
indiscriminadamente, mas barrar esse projeto está muito longe de ser
suficiente, pois não altera a situação dos milhões de
trabalhadores terceirizados que já suportam condições precárias.
Essa
divisão da classe trabalhadora só enfraquece nossas lutas, pois
mesmo quando nós paralisamos, grande parte do serviço continua
sendo feito por eles. A luta por iguais salários e direitos para
todos, e pela efetivação imediata dos terceirizados nas empresas em
que realmente trabalham, é uma tarefa essencial para reconquistar a
unidade da classe na luta por nossas reivindicações.
ORGANIZAR
AS MULHERES CONTRA O MACHISMO E A EXPLORAÇÃO
A
discriminação das mulheres é utilizada pelos patrões para melhor
explorar um setor, que hoje é metade da classe trabalhadora, e para
dividir a nossa classe. Como resultado, o machismo se expressa cada
vez com mais força, embora tentem nos convencer do contrário,
utilizando o fato de que algumas mulheres ocupam cargos de poder,
como a presidente Dilma. A maior prova de que o machismo cresce é
que, em nosso país, a violência mata 15 mulheres por dia. Nosso
corpo continua sendo uma mercadoria e não temos qualquer direito de
decidir sobre ele. A criminalização do aborto faz com que muitas
mulheres morram em clínicas clandestinas.
Além
da violência, nós bancárias, sofremos com a desigualdade salarial:
recebemos, em média, 23,9% a menos que os homens. Em bancos
públicos, onde o salário de ingresso é igual para todos, devido a
concurso, vemos a desigualdade entre os sexos no fato de que as
mulheres só são maioria até os postos de trabalho com remuneração
até sete salários mínimos.
As doenças
ocupacionais também atingem principalmente as mulheres, com 80% dos
casos, devido ao trabalho extremamente repetitivo e fragmentado e à
dupla jornada. O machismo impõe que as
mulheres sejam responsáveis pelo cuidado com os filhos e, devido a
isso, a falta de creches é uma das principais dificuldades para as
mulheres trabalhadoras conseguirem um emprego ou se manterem nele. O
auxílio creche é insuficiente. Por isso, defendemos seu aumento,
além da garantia de creches em período integral nos locais de
trabalho, uma reivindicação que a atual diretoria do Sindicato se
coloca contra.
Já
passou da hora de iniciarmos uma luta efetiva contra o machismo,
pelos direitos das mulheres - e não apenas no mês de março como
vem fazendo a atual diretoria do sindicato. Para organizar esta luta,
criaremos a Secretaria de Mulheres como parte da Diretoria Executiva
do Sindicato.
COMISSÃO
VIROU CHANTAGEM. É HORA DE VALORIZAR OS SALÁRIOS!
Hoje
em dia, todos os bancários sentem-se reféns das comissões ou
funções. Isso acontece porque, com os baixíssimos salários que
recebemos, é praticamente impossível sobreviver. As comissões e a
PLR acabam compondo a maior parte da remuneração dos trabalhadores.
Além disso, os critérios para determinar quem é comissionado são
subjetivos. Para os banqueiros, é bom que seja assim, pois, desta
forma, incentivam a competição e dividem a categoria. Por isso,
somos contra a lógica da remuneração variável e a chantagem do
comissionamento. Defendemos planos de carreira que valorizem o tempo
de serviço e a incorporação das comissões aos salários. Para
valorizar os salários, defendemos aumento do piso, reposição das
perdas salariais, reajuste automático de acordo com a inflação e
PLR linear, incorporada ao salário.
ESTABILIDADE
NO EMPREGO PARA TODA A CATEGORIA
A
alta rotatividade, principalmente nos bancos privados, é uma ameaça
cotidiana aos bancários. O setor financeiro é o que mais lucra no
país e, ainda assim, é dos que mais demitem seus trabalhadores,
contratando outros com salários cada vez mais baixos. A alta
rotatividade impede também a organização dos trabalhadores para
lutar por seus direitos. Mesmo nos bancos públicos, não há
estabilidade garantida por lei e, infelizmente, temos assistido, sob
o governo do PT, a um aumento das demissões. Por isso é urgente a
luta por estabilidade no emprego para todos os bancários.
PARA
FORTALECER A LUTA, PRECISAMOS DE DEMOCRACIA
Como
parte de seus compromissos com o governo e os interesses patronais, o
grupo que dirige o Sindicato há décadas asfixiou a democracia,
transformando a entidade em algo cuja finalidade não é a luta. O
sindicato está longe dos bancários, ausente no dia a dia e não
discute os problemas concretos. É visto por boa parte da categoria
como um clube de convênios ou de prestação de serviços, que numa
determinada época do ano negocia o reajuste salarial em nosso nome.
Na campanha salarial nosso espaço é mínimo, a pauta é definida
numa consulta com opções pré-determinadas, as assembleias são
encenações teatrais em que somente os diretores falam e a base
comparece para votar, sem poder se expressar.
A
diretoria está tão confortável no controle da entidade que
transformou o sindicato numa espécie de conglomerado empresarial,
com gráfica (Bangraf), imobiliária (Bancoop), financeira
(Bancredi), participação em agência jornalística (Agência
Brasil), e está agora fundando uma faculdade.
Para
manter seu controle e manter o sindicato afastado da luta, a
diretoria restringe a democracia nas eleições: não há espaço
igual para as duas chapas na Folha Bancária, não há liberação
para os candidatos da oposição percorrerem os locais de trabalho,
os prazos para inscrição da chapa e campanha são reduzidos, etc.
Para
trazer o sindicato de volta para a luta, precisamos mudar sua
estrutura, limitando o número de mandatos e estabelecendo o rodízio
das liberações. Mas precisamos, sobretudo, da participação dos
bancários, com reuniões, plenárias, assembleias, conselhos de
delegados sindicais e representantes, inclusive nos bancos privados,
que sejam deliberativos, para que os bancários se sintam em
condições de tomar as lutas em suas mãos!
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