Nesta
terça-feira dia 14 acontece assembleia para deliberar sobre proposta
de mudança estatutária do sindicato. A direção do sindicato
apresentou uma série de propostas de mudanças que seriam
necessárias para “modernizar” o estatuto. Entretanto,
analisando-se as propostas uma a uma, percebe-se que a intenção é
criar um sindicato mais distante da base e dos trabalhadores, por
isso somos contra as mudanças, e apresentamos outras propostas.
Mudanças
que somos contrários:
Organizaçao
por local de trabalho. A função dos representantes por local
de trabalho deve ser a defesa dos interesses gerais dos
trabalhadores, e não limitada como na proposta da diretoria. A
forma de eleição dos representantes deve ser definida em
assembleia, e não pela diretoria, como está na proposta. A eleição
de representantes não pode estar vinculada às chapas que concorrem
à diretoria, mas deve ocorrer em processo separado, e os
representantes devem ser sempre eleitos diretamente pela base. As
reuniões dos representantes devem ter caráter deliberativo, e a
diretoria deve obrigatoriamente encaminhar o que for deliberado.
Encontros
da categoria. A proposta da diretoria estabelece uma confusão
quanto ao que são as “instâncias superiores da classe
trabalhadora”, citando as centrais e confederações. A instância
máxima de decisão deve ser sempre a assembleia dos trabalhadores.
Nenhuma decisão pode ser emitida por central ou confederação, e
qualquer proposta tem que passar por assembleia de base para ser
referendada ou não.
Adequações
financeiras/gráfica dos bancários. A sustentação financeira
de um sindicato deve vir apenas da contribuição voluntária dos
trabalhadores. O sindicato não pode ter outras fontes de renda,
pois isso faz com que deixe de depender dos trabalhadores, podendo
se sustentar independentemente da situaçao da categoria estar
piorando. Há um sério conflito de interesses quando um sindicato
tem uma cooperativa de crédito (Bancredi), pois qual o seu
interesse em lutar para aumentar o salário dos bancários quando
pode obter lucro fazendo empréstimos aos mesmos bancários? Esse é
apenas um exemplo, mas também há outros problemas muito graves em
entidades como Bancoop (que já foi parar nas páginas policiais),
Travessia, Brasil atual, etc. Uma entidade dos trabalhadores não
pode ser um conglomerado empresarial, por isso somos contra a
proposta de incorporar essas outras “fontes de renda”. E também
entendemos que a gráfica dos bancários deve ser tratada como um
instrumento a serviço da informação e conscientização dos
trabalhadores, e não como uma empresa, portanto vinculada ao setor
de comunicação.
Prazo
das eleiçoes. A mudança do prazo para as eleições deve ser
transitória, em função da Copa do Mundo, que acontece em 2014 e
não nos demais anos. E a necessidade de antecipar as proximas
eleições não justifica a proposta de reduzir os prazos para a
formação de chapas e para a própria campanha, pois é necessario
tempo suficiente para que a categoria discuta os projetos para a
entidade.
Sobre as eleições. Também é preciso que as chapas inscritas tenham iguais condições de levar suas propostas aos bancários e para isso a lista dos votantes deve ser disponibilizada a todas as chapas em até 5 dias apos a sua inscrição, em meio eletrônico e organizada por local de trabalho.
Quórum das eleiçoes. A proposta de reduzir o quórum prejudica a representatividade, pois uma diretoria pode acabar sendo eleita com um número muito pequeno de votos. Um quórum elevado, ao contrário, obriga a que as chapas façam um debate mais ampliado, expressando um processo real de organização e envolvimento da categoria, para termos uma gestão verdadeiramente representativa.
Sobre as eleições. Também é preciso que as chapas inscritas tenham iguais condições de levar suas propostas aos bancários e para isso a lista dos votantes deve ser disponibilizada a todas as chapas em até 5 dias apos a sua inscrição, em meio eletrônico e organizada por local de trabalho.
Quórum das eleiçoes. A proposta de reduzir o quórum prejudica a representatividade, pois uma diretoria pode acabar sendo eleita com um número muito pequeno de votos. Um quórum elevado, ao contrário, obriga a que as chapas façam um debate mais ampliado, expressando um processo real de organização e envolvimento da categoria, para termos uma gestão verdadeiramente representativa.
Propostas
que apresentamos:
Proporcionalidade
direta. Na fórmula atual, uma chapa que for eleita com 51% dos
votos fica com 100% dos cargos da diretoria. Isso faz com que a
vontade dos 49% que votaram na outra chapa deixe de estar
representada, como se esses trabalhadores não existissem. A
proporcionalidade direta faz com que o número de cargos de cada
chapa seja proporcional aos votos. Assim, todas as propostas e
formas de pensamento podem estar representadas na diretoria, o que é
muito mais democrático e enriquece o debate. Um diretoria composta
com a representação de diferentes posições permite que a
categoria conheça o trabalho de cada chapa e perceba como suas
idéias funcionam na prática. O debate democrático entre posições
divergentes fortalece a categoria, pois faz com que as decisões
sejam tomadas de forma mais consciente. A composição proporcional
faz com que os trabalhadores possam avaliar os projetos e escolher
aquele que deve ter mais cargos e mais resposabilidades numa proxima
eleiçao.
Limitaçao
do número de mandatos, sendo no máximo dois consecutivos e com
a obrigatoriedade de permanência na base em um dos mandatos. O
dirigente sindical que se afasta por longo período deixa de sofrer
as pressões a que o trabalhador está submetido, e na prática
deixa de raciocinar como trabalhador. O dirigente que não está no
dia a dia dos locais de trabalho não vivencia os problemas com a
mesma urgência e não está sintonizado com as necessidades reais
da base. Além disso, o afastamento dos dirigentes sindicais
transforma a atuação sindical num modo de vida. O dirigente busca
se eleger e chegar aos cargos justamente para ficar afastado, para
não ter que bater ponto todos os dias, para usar o sindicato como
trampolim para a carreira política, etc. A limitação do número
de mandatos e a permanência na base obriga a que os dirigentes
permaneçam vinculados à categoria, sem transformar o sindicalismo
em profissão. No caso de representantes vindos dos bancos privados,
o dirigente pode sair da diretoria e permanecer como dirigente de
base, que também tem estabilidade. Nada justifica que dirigentes
passem décadas como diretores, afastados da base.
Diretoria
colegiada, com coordenaçao rotativa. A atual forma de
composição da diretoria concentra os poderes numa cúpula formada
por presidente, secretaria-geral, diretores executivos, enquanto que
os demais diretores tem pouca influência. Somos contra esse formato
“presidencialista”. Numa diretoria colegiada o voto de todos os
diretores tem o mesmo peso. As diversas secretarias, como jurídica,
comunicação, finanças, podem ser dirigidas por coordenadores, e
de forma rotativa, sem que para isso esses diretores acumulem
poderes superiores aos demais. A forma colegiada garante uma maior
democracia e riqueza de debate interno na diretoria.
Espaço
igual na folha bancaria para posiçoes divergentes nas eleiçoes
sindicais e assembleias que aprovam acordo coletivo. A Folha
Bancária é o órgão informativo da categoria, que deve estar a
serviço do conjunto dos trabalhadores da base. Por isso, a Folha
Bancária não pode ser um monopólio da diretoria. Não é correto
que apenas um ponto de vista se expresse. Numa eleição, por
exemplo, não é correto que apenas uma das chapas tenha espaço na
Folha Bancária, que pertence ao sindicato, e não à diretoria. O
correto seria que houvesse espaço igual para as posições
contrárias. Da mesma forma, numa assembleia decisiva, que vai
aprovar o acordo coletivo, é importante que estejam expressas as
posições e argumentos a favor e contra a proposta, para que os
trabalhadores possam votar de maneira mais consciente.
Eleiçoes
sindicais abertas para toda categoria. Assim como acontece nas
assembleias que aprovam acordo coletivo, em que todos os bancários
votam, também na eleição da diretoria o voto deveria ser aberto a
todos os trabalhadores que estão na categoria, independentemente de
serem sindicalizados. E também deveria ser permitida a
sindicalização dos terceirizados, pois quem trabalha em banco
bancário é.
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