Texto do boletim unificado construído com "Uma Classe", "Avesso" e "Alternativa Sindical Socialista", tratando do dia nacional de lutas em 30/08, da plenária do dia 24/08 e da manifestação de 14/08.
AVANTE,
BANCÁRIOS!
Construindo
uma alternativa de oposição
Vivemos
um novo momento no país. Desde as grandes mobilizações que
começaram no mês de junho, contra o aumento das passagens, e que
acabaram levando às ruas milhões de pessoas, protestando contra a
precariedade do transporte, da saúde e da educação, contra os
gastos com a Copa, a corrupção etc, nosso país vive uma nova
etapa.
O dia 11
de julho representou uma importante entrada em cena da classe
trabalhadora. Essa entrada só não foi maior por culpa das amarras
que nos impõem as direções burocráticas das principais centrais
sindicais. Para que a classe trabalhadora assuma seu verdadeiro posto
nessa luta, precisamos de algo muito diferente do que foi o dia 11 de
julho.
Naquele
dia os dirigentes do nosso sindicato encenaram um ato na avenida
paulista, juntamente com a cúpula das centrais sindicais, enquanto a
orientação nos bastidores era pra que os bancários continuassem
trabalhando normalmente nas agências e departamentos. Isso é o
oposto do que defendemos! Um verdadeiro dia de luta deve ser uma
greve geral em que os trabalhadores de todas as categorias,
unificados como classe, enfrentem o empresariado e o governo,
paralisando totalmente a produção e a circulação de mercadorias e
serviços. É essa a arma decisiva que possuímos e que devemos
usar para conseguir nossas reivindicações.
No dia
14 de agosto, o ato contra a corrupção no metrô de São Paulo,
convocado pelo MPL, pode ser o recomeço do processo de mobilização.
Não podemos ver nossa campanha salarial como algo descolado desse
processo. Devemos nos inspirar na luta protagonizada pela juventude,
nos colocando ao seu lado, levando também nossas demandas, pois com
os trabalhadores mobilizados nas ruas temos muito mais força.
CONSTRUIR
O DIA NACIONAL DE LUTA EM 30 DE AGOSTO!
No dia
30 de agosto (sexta-feira), as centrais sindicais estão chamando um
novo “Dia Nacional de Luta”, chegando, inclusive, a indicar greve
de 24 horas. Não podemos deixar que esse dia se torne mais um na
rotina da burocracia sindical e, para isso, é essencial construirmos
esse dia de luta somando forças com as demais categorias de
trabalhadores e com os movimentos sociais.
Este dia
de luta pode ser fundamental também para determinar o rumo da nossa
campanha salarial. Trata-se de uma abertura importante que pode fazer
avançar muito a organização e mobilização dos trabalhadores no
sentido de retomarmos a luta em nossas mãos e também fazer uma
campanha salarial que esteja efetivamente sob controle dos
trabalhadores.
Assembleia
para organizar o 30/ago e a campanha salarial. Para construirmos
o Dia Nacional de Luta, precisamos de uma assembleia para deliberar
sobre a greve de 24 horas no dia 30. Ao mesmo tempo, isso precisa
estar articulado com as questões da nossa categoria, com a definição
de um calendário de luta da campanha salarial, onde possamos
discutir e decidir a deflagração da greve por tempo indeterminado,
onde possamos responder ao ataque já naturalizado ao nosso direito
de greve que é a compensação das horas paradas e questões
organizativas da greve (como periodicidade e horário das
assembleias, composição das mesas de negociação, etc).
Até o
momento, a diretoria, que há tempos está descolada da realidade da
categoria, tem agido como se pudesse decidir tudo em nome dos
bancários. Por exemplo, tivemos uma assembleia que tirou delegados
para a Conferência da Contraf-CUT, que saiu com o índice de 12%,
que não representa nem de longe o que precisamos. Ora, não é
porque os dirigentes da CUT inventaram essa pauta de reivindicações
que nós automaticamente devemos aceitá-la. O mínimo seria fazer
uma assembleia para que os bancários decidam sobre a pauta, como era
feito até alguns anos atrás e como tem sido feito em outras
regiões.
SOMOS PELA
UNIDADE DA CLASSE TRABALHADORA!
Se
somarmos a força dos trabalhadores organizados com os levantes e as
mobilizações nas ruas como as que tivemos em junho, teremos muito
mais condições de enfrentar o governos e os patrões. E esse
chamado deve ser feito às categorias em luta no próximo período,
principalmente àquelas que também entram em campanha salarial no
segundo semestre, como os trabalhadores dos Correios, petroleiros e
metalúrgicos. As manifestações de junho só reforçaram o que há
de comum nas questões que nos unem, e que as diferenças e divisões
impostas pelo governo e pelos patrões em diversas categorias só
está a serviço de nos dividir, nos controlar e nos enfraquecer.
CONTRA A
TERCEIRIZAÇÃO E A DIVISÃO DOS TRABALHADORES!
Uma das
formas mais perversas de divisão da nossa classe é a que separa os
trabalhadores terceirizados como uma casta de párias. Nos bancos,
por exemplo, uma enorme quantidade de trabalhadores (vigilantes,
copeiras, faxineiras, telefonistas, recepcionistas, trabalhadores dos
correspondentes e lotéricos), que são parte essencial ao
funcionamento da empresa, são atacados diariamente em seus direitos
trabalhistas mais elementares, são tratados como inferiores e
recebem os piores salários. E, como se não bastasse, ao mínimo
sinal de insatisfação desses trabalhadores, as ameaças de punição
e demissão estão sempre a espreita para tentar barrar qualquer
tentativa desses trabalhadores se organizarem.
O
Projeto de Lei (PL 4330) que está sendo discutido no Congresso, pode
aprofundar ainda mais a precarização, expandindo-a para todas as
áreas das empresas, o que teria consequências ainda mais nefastas
para o conjunto dos trabalhadores. Esse projeto está sendo negociado
“por cima” pelos dirigentes sindicais, que supostamente falam em
nosso nome, mas sem a participação efetiva dos trabalhadores, sem
qualquer movimento no sentido de organizar a luta pela base. Os
dirigentes querem aceitar o PL 4330, desde que eles tenham o poder de
representar os terceirizados sindicalmente. Defendemos sim que os
terceirizados tenham direito de sindicalização de acordo com os
lugares onde efetivamente trabalham, mas como parte de uma luta em
que se combata efetivamente as barreiras e divisões impostas pela
terceirização. Somos contra qualquer forma de divisão e de
separação entre os trabalhadores! A luta contra a terceirização é
parte fundamental da luta da classe trabalhadora!
PLENÁRIA
NO DIA 24 DE AGOSTO
Buscamos,
através dessa iniciativa, somar forças para que nossas ideias e
propostas cheguem a um setor mais amplo da categoria, para que
possamos fazer frente às manobras que a direção do nosso sindicato
faz para impedir que os trabalhadores sejam sujeitos de sua própria
luta. Convidamos a todos que queiram se somar a nossa iniciativa ou
conhecer melhor nossas ideias para uma plenária aberta a ser
realizada no próximo dia 24 de agosto no ECLA (Espaço Cultural
Latino Americano – R. da Abolição, 244).
Assinam
esse panfleto, bancários independentes e os coletivos de oposição
Bancários de Base, Uma Classe, Avesso e ASS. Contato:
campanhabancarios2013@gmail.com
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