quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Nota sobre panfletagem em São Paulo

DIRETORIA DO SINDICATO DOS BANCÁRIOS IMPEDE TRABALHADORES DE FALAR! ABAIXO A DITADURA DO MICROFONE! POR UMA CAMPANHA SALARIAL DE VERDADE!

Na quinta-feira dia 03/09 nós do Avante, Bancários! e MNOB estivemos no CAT, complexo do banco Itaú no Tatuapé, para distribuir nosso boletim de chamado aos bancários para organizarmos uma campanha salarial de verdade, fazendo também uma agitação com aparelho de som. Entretanto, no mesmo local estavam presentes diretores do sindicato, com um exército de funcionários contratados, fotógrafos, fanfarra, carro de som, cartazes e panfletos, também para fazer a divulgação da campanha salarial festiva e de fantasia.

Os diretores do sindicato, ao invés de respeitar a oposição, usaram o carro de som para fazer ofensas aos militantes e tentar impedir a panfletagem no grito. Sobraram até calúnias contra o sindicato dos bancários  de Bauru e região, que é dirigido por setores de oposição à CUT. Nós da oposição pedimos o direito de resposta que nos foi negado. Propusemos fazer falas alternadas, para que cada setor pudesse apresentar suas propostas para a campanha, o que também foi negado. Diante disso, não tivemos outra escolha a não ser usar também o nosso aparelho de som para tentar dialogar com os bancários. 

A postura intransigente da direção do sindicato causou grande confusão e atraiu mais a atenção dos bancários e transeuntes do que se fizéssemos falas separadas.

Os dirigentes sindicais disseram que a oposição está “destruindo a entidade” por fazer acusações contra sua presidente, e que somos “oportunistas” que só aparecem em época de campanha salarial. Não podemos deixar de responder a esses ataques.

Primeiro, quem está “destruindo” o sindicato é a atual diretoria. Ao usar a entidade para os negócios do PT com o empresariado, a atual diretoria transforma o sindicato em um balção de negócios, vendendo produtos e direitos. A presidente do sindicato está sendo citada na operação Lava Jato por ter possivelmente usado o nosso sindicato para fazer a lavagem de dinheiro das propinas pagas por empreiteiros em negócios espúrios com a Petrobrás. Esse é o resultado de uma gestão que se acostumou a tratar o sindicato como um aparelho do PT, e não um instrumento de luta. Se os trabalhadores hoje acreditam menos nos partidos, sindicatos e outros instrumentos de luta coletiva, é por culpa  dessa prática. 

Nós da oposição queremos retomar o sindicato para as mãos dos trabalhadores e fazer dele um instrumento de luta para avançar nas conquistas. 

Segundo, nós da oposição temos feito panfletagens nas concentrações mais importantes da categoria, no limite das nossas forças. E tem algo que precisa ficar claro: não somos liberados, somos trabalhadores e estamos no dia a dia das agências e departamentos, e mesmo assim estamos mais presentes em muitos lugares do que o sindicato. Oportunista é aquele que em nome dos trabalhadores vende direitos e faz do sindicato seu balcão de negócios com o patrão.

Por fim, a resposta mais importante será dada na própria campanha salarial. Não vamos aceitar os métodos autoritários da direção do sindicato, não vamos aceitar a ditadura do microfone nas assembleias, não vamos aceitar a encenação de todos os anos, não vamos aceitar mais um acordo rebaixado, não vamos aceitar gerentes e pessoas que não fazem greve na assembleia final. Vamos lutar, ao lado dos bancários, para termos uma campanha salarial de verdade, em que os trabalhadores tenham o controle da sua luta!

Bancários de Base - SP e A.S.S., construindo o Avante, Bancários!, boco de oposição.